Segundo pesquisadores que usaram os computadores da Google para fazer os cálculos (eles usaram o equivalente a 35 anos de cálculos de CPU), todas as configurações possíveis do Cubo Mágico podem ser resolvidas em 20 movimentos ou menos.
Se você não sabe, o Cubo Mágico pode ter 43.252.003.274.489.856.000 posições e cada uma delas, em teoria, poderia ser resolvida com 20 “torcidas”.
Os cientistas já chamaram o número de movimentos para resolver o Cubo Mágico de “Número Divino”. Em 1981 o boato era que o número mínimo de movimentos era 52. Em 2005, o número caiu para 28. E agora um computador consegue resolver, em 20 segundos, qualquer configuração do cubo com, no máximo, 20 movimentos.
Para os aficionados por matemática, o algoritmo usado pelo computador para fazer os cálculos é incrível. Para o resto de nós, mortais, resta saber que mexemos no Cubo umas 400 vezes a mais do que o computador sem nem completar um lado inteiro.
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Famoso gol de Roberto Carlos contra a França origina fórmula matemática
9/9/2010
É um dos mais bonitos momentos de futebol de todos os tempos. No dia 3 de Junho de 1997, Roberto Carlos abriu as bocas do mundo de espanto, com um pontapé livre que descreveu uma trajetória incrível e acabou no fundo da baliza da França. A imagem correu fronteiras e ficou estampada no tempo. A ponto de, nos dias que correm, um grupo de investigadores deitar mãos à obra para explicar...o inexplicável.
Os cientistas da Escola Politécnica de Palaiseau (França) encontraram dificuldades na interpretação da trajetória da bola, mas excluíram dois fatores que foram logo atirados para a fogueira: a sorte e o vento.
"A bola fez uma curva como a de uma banana e, depois de contornar a barreira de forma perfeita, entrou ao primeiro poste. O vento não teve qualquer influência. Também não foi um gesto de sorte, mas um fabuloso e potente gesto de classe, que seguiu de acordo com as leis da gravidade. Um ato isolado, mas não irrepetível", explicaram os investigadores.
O estudo da trajetória da bola já deu origem a uma fórmula matemática, a que os cientistas chamaram de "equação do brasileiro".
Esta notícia foi publicada em 04/09/2010 no sítio Mais Futebol. Todas as informações nela contida são de responsabilidade do autor.
Matemático brasileiro ganha prêmio de R$ 1,27 milhão
08/09/2010
O matemático brasileiro Jacob Palis Júnior, 70, é um dos vencedores deste ano do prêmio Balzan, concedido pela fundação ítalo-suíça de mesmo nome. Pela láurea, Palis Júnior deve receber o equivalente a R$ 1,27 milhão.
Membro do Impa (Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada), no Rio de Janeiro, o mineiro Palis Júnior estuda sistemas dinâmicos, área que permite criar modelos (simulações ou descrições matemáticas) de fenômenos da natureza, da sociedade e da economia.
O prêmio Balzan é concedido anualmente a diferentes áreas do conhecimento. Outro ganhador de destaque neste ano é o japonês Shinya Yamanaka, pioneiro na transformação de células adultas em equivalentes das células-tronco embrionárias.
O matemático é o primeiro vencedor brasileiro, e metade do valor da premiação deve ser investido diretamente na pesquisa, de preferência estimulando novos talentos.
A entrega da premiação será em 19 de novembro, em Roma. Uma semana antes, o brasileiro recebe outra honraria: entra na Academia dos Linces, instituição científica fundada no século 17 por Galileu Galilei e outros nomes do Renascimento.
Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional PROFMAT
A Sociedade Brasileira de Matemática está organizando um novo programa de mestrado profissional em matemática, PROFMAT, voltado para o aprimoramento da formação profissional de professores em exercício no ensino básico. O programa atuará em rede nacional em grande escala – mil vagas para início em março de 2011, atingindo posteriormente duas mil vagas anuais.
Algumas das características mais importantes do PROFMAT são:
•Um conjunto de Instituições Parceiras, instituições de ensino superior, que executarão as atividades presenciais da rede e emitirão os diplomas do programa.
•Funcionamento semi-presencial, com atividades presenciais ocorrendo aos sábados e em períodos de verão, nas dependências das Instituições Parceiras e em pólos da UAB - Universidade Aberta do Brasil, com ampla distribuição pelo território nacional.
•O programa oferecerá bolsas de estudo aos seus alunos, por meio de financiamento específico da CAPES para este fim.
•A admissão no programa se dará por meio de um Exame Nacional de Ingresso, elaborado e corrigido pela SBM por meio de equipe especializada.
•A SBM produzirá material didático adequado à proposta pedagógica do programa, através de uma equipe interdisciplinar, e coordenará a execução das atividades de ensino a distância da rede.
•Um dos requisitos para a obtenção do título de Mestre é a aprovação em um Exame Nacional de Qualificação, elaborado e corrigido pela SBM por meio de equipe especializada.
O objetivo do PROFMAT é formar profissionais, em nível de pós-graduação, visando proporcionar ao professor da escola básica competência matemática certificada, relevante ao exercício da docência em matemática no ensino básico, e, deste modo, dar substancial contribuição à melhoria do ensino de matemática na escola básica brasileira.
A proposta do PROFMAT foi apresentada à Presidência e Diretoria da CAPES no dia 16 de junho de 2010, tendo tido excelente receptividade, e também já foi submetida para avaliação formal pelo CTC da CAPES. Maiores informações serão disponibilizadas em breve.
Algumas das características mais importantes do PROFMAT são:
•Um conjunto de Instituições Parceiras, instituições de ensino superior, que executarão as atividades presenciais da rede e emitirão os diplomas do programa.
•Funcionamento semi-presencial, com atividades presenciais ocorrendo aos sábados e em períodos de verão, nas dependências das Instituições Parceiras e em pólos da UAB - Universidade Aberta do Brasil, com ampla distribuição pelo território nacional.
•O programa oferecerá bolsas de estudo aos seus alunos, por meio de financiamento específico da CAPES para este fim.
•A admissão no programa se dará por meio de um Exame Nacional de Ingresso, elaborado e corrigido pela SBM por meio de equipe especializada.
•A SBM produzirá material didático adequado à proposta pedagógica do programa, através de uma equipe interdisciplinar, e coordenará a execução das atividades de ensino a distância da rede.
•Um dos requisitos para a obtenção do título de Mestre é a aprovação em um Exame Nacional de Qualificação, elaborado e corrigido pela SBM por meio de equipe especializada.
O objetivo do PROFMAT é formar profissionais, em nível de pós-graduação, visando proporcionar ao professor da escola básica competência matemática certificada, relevante ao exercício da docência em matemática no ensino básico, e, deste modo, dar substancial contribuição à melhoria do ensino de matemática na escola básica brasileira.
A proposta do PROFMAT foi apresentada à Presidência e Diretoria da CAPES no dia 16 de junho de 2010, tendo tido excelente receptividade, e também já foi submetida para avaliação formal pelo CTC da CAPES. Maiores informações serão disponibilizadas em breve.
Matemático russo recusa prêmio de US$ 1 milhão
“Grigory Perelman”
O matemático russo Grigory Perelman recusou um prêmio de US$ 1 milhão oferecido pelo Instituto Clay de Matemática (CMI, na sigla em inglês), de Massachusetts, pela resolução da conjectura de Poincaré, informou a imprensa russa.
O CMI anunciou o Prêmio do Milênio ao matemático russo pela solução de um dos maiores problemas mistérios da matemática, mas segundo o jornal Pravda, agências de notícias russas disseram que ele o recusou.
Há informações de que Perelman largou a matemática em 2006 e que vive em um apartamento com sua mãe, em São Petersburgo. Segundo vizinhos, o apartamento seria infestado de baratas.
O partido comunista russo e uma entidade beneficente que cuida de crianças em São Petersburgo fizeram um apelo a Perelman para que aceite o dinheiro e o entregue a eles.
Conjectura
Perelman, tido com excêntrico e recluso, solucionou a conjectura em artigos publicados na internet nos anos de 2002 e 2003.
Quando a solução do problema foi confirmada, em 2006, ele foi indicado para receber a Fields Medal – considerado o Nobel da matemática – mas recusou ao prêmio.
Na ocasião, o matemático afirmou que a medalha era irrelevante para ele e que o fato de a solução estar correta já seria reconhecimento suficiente.
Ele não compareceu à entrega da medalha, programada para ser feita pelo do Rei Juan Carlos, da Espanha, durante o Congresso Internacional de Matemáticos, em Madri, em 2006. O congresso é realizado a cada quatro anos.
A solução do problema também foi reconhecida como “Avanço do Ano” pela revista especializada Science, em 2006.
Antes disso, ele também tinha recusado um prêmio do Congresso Europeu de Matemáticos, em 1996.
A conjectura de Poincaré era um dos sete desafios levantados pela CMI para os chamados Prêmios do Milênio, lançados no ano 2000.
Os prêmios foram criados para chamar a atenção e recompensar a solução de alguns dos problemas mais difíceis enfrentados pelos matemáticos na virada do milênio. A conjectura de Poincaré foi o único problema solucionado até agora.
A conjectura de Poincaré foi formulada em 1904 pelo matemático francês Henri Poincaré e é de difícil compreensão para leigos e seria, segundo o CMI fundamental para se compreender formas tridimensionais.
Segundo a Wikipedia, a conjectura afirma que “qualquer variedade tridimensional fechada e com grupo fundamental trivial é homeomorfa a uma esfera tridimensional. Ou seja, num espaço com três dimensões fechado, sem ‘buracos’ deve ter a forma de uma esfera”.
O matemático russo Grigory Perelman recusou um prêmio de US$ 1 milhão oferecido pelo Instituto Clay de Matemática (CMI, na sigla em inglês), de Massachusetts, pela resolução da conjectura de Poincaré, informou a imprensa russa.
O CMI anunciou o Prêmio do Milênio ao matemático russo pela solução de um dos maiores problemas mistérios da matemática, mas segundo o jornal Pravda, agências de notícias russas disseram que ele o recusou.
Há informações de que Perelman largou a matemática em 2006 e que vive em um apartamento com sua mãe, em São Petersburgo. Segundo vizinhos, o apartamento seria infestado de baratas.
O partido comunista russo e uma entidade beneficente que cuida de crianças em São Petersburgo fizeram um apelo a Perelman para que aceite o dinheiro e o entregue a eles.
Conjectura
Perelman, tido com excêntrico e recluso, solucionou a conjectura em artigos publicados na internet nos anos de 2002 e 2003.
Quando a solução do problema foi confirmada, em 2006, ele foi indicado para receber a Fields Medal – considerado o Nobel da matemática – mas recusou ao prêmio.
Na ocasião, o matemático afirmou que a medalha era irrelevante para ele e que o fato de a solução estar correta já seria reconhecimento suficiente.
Ele não compareceu à entrega da medalha, programada para ser feita pelo do Rei Juan Carlos, da Espanha, durante o Congresso Internacional de Matemáticos, em Madri, em 2006. O congresso é realizado a cada quatro anos.
A solução do problema também foi reconhecida como “Avanço do Ano” pela revista especializada Science, em 2006.
Antes disso, ele também tinha recusado um prêmio do Congresso Europeu de Matemáticos, em 1996.
A conjectura de Poincaré era um dos sete desafios levantados pela CMI para os chamados Prêmios do Milênio, lançados no ano 2000.
Os prêmios foram criados para chamar a atenção e recompensar a solução de alguns dos problemas mais difíceis enfrentados pelos matemáticos na virada do milênio. A conjectura de Poincaré foi o único problema solucionado até agora.
A conjectura de Poincaré foi formulada em 1904 pelo matemático francês Henri Poincaré e é de difícil compreensão para leigos e seria, segundo o CMI fundamental para se compreender formas tridimensionais.
Segundo a Wikipedia, a conjectura afirma que “qualquer variedade tridimensional fechada e com grupo fundamental trivial é homeomorfa a uma esfera tridimensional. Ou seja, num espaço com três dimensões fechado, sem ‘buracos’ deve ter a forma de uma esfera”.
quinta-feira, 22 de abril de 2010
OBMEP 2010 - Calendário da olimpíada de matemática
Obmep Olimpíada de Matemática
A 6ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), que acontece este ano, terá a participação de 19,6 milhões de alunos de 44,7 mil escolas dos 26 estados e do Distrito Federal. As inscrições, encerradas em março, superaram os números de 2008, quando participaram 19,2 milhões de estudantes de 43,8 mil escolas. O calendário da olimpíada tem duas etapas. As provas da primeira fase serão realizadas em 8 de junho nas escolas. Nessa etapa, as provas são objetivas (questões de múltipla escolha), aplicadas e corrigidas pelos professores, conforme instruções e gabaritos elaborados pela direção acadêmica da Obmep.
Os estudantes aprovados para a segunda fase farão as provas em 11 de setembro. São provas discursivas aplicadas por fiscais selecionados pela coordenação da Obmep. Essa fase acontece em centros de aplicação definidos pela coordenação. É desse grupo de alunos que saem os 500 medalhistas de ouro, 900 de prata e 1.800 de bronze e até 30 mil candidatos à menção honrosa.
Além das medalhas, os alunos vencedores recebem bolsas de iniciação científica júnior do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Os professores e as escolas dos estudantes medalhistas também ganham prêmios. A divulgação dos resultados será em 26 de novembro.
Promovida pelos ministérios de Ciência e Tecnologia e da Educação, a Obmep é realizada pelo Instituto Nacional de Matemática Pura Aplicada (Impa) e pela Sociedade Brasileira de Matemática. As provas são para alunos do sexto ao nono ano do ensino fundamental e das três séries do ensino médio. A realização da olimpíada atende dois objetivos: incentivar o ensino de matemática e descobrir talentos entre estudantes das redes públicas que estão nos anos finais do ensino fundamental e em todo o ensino médio.
Da 1ª edição da Obmep, em 2005, a 2010, o número de estudantes, de escolas e de municípios cresceu. Começou com 10,5 milhões de alunos, 31 mil escolas e 93,5% dos municípios. Hoje alcança 19,6 milhões de estudantes, 44,7 mil escolas e 99,1% dos municípios. O regulamento, calendário, prêmios, banco de questões podem ser consultados na página eletrônica da Obmep.
A 6ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), que acontece este ano, terá a participação de 19,6 milhões de alunos de 44,7 mil escolas dos 26 estados e do Distrito Federal. As inscrições, encerradas em março, superaram os números de 2008, quando participaram 19,2 milhões de estudantes de 43,8 mil escolas. O calendário da olimpíada tem duas etapas. As provas da primeira fase serão realizadas em 8 de junho nas escolas. Nessa etapa, as provas são objetivas (questões de múltipla escolha), aplicadas e corrigidas pelos professores, conforme instruções e gabaritos elaborados pela direção acadêmica da Obmep.
Os estudantes aprovados para a segunda fase farão as provas em 11 de setembro. São provas discursivas aplicadas por fiscais selecionados pela coordenação da Obmep. Essa fase acontece em centros de aplicação definidos pela coordenação. É desse grupo de alunos que saem os 500 medalhistas de ouro, 900 de prata e 1.800 de bronze e até 30 mil candidatos à menção honrosa.
Além das medalhas, os alunos vencedores recebem bolsas de iniciação científica júnior do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Os professores e as escolas dos estudantes medalhistas também ganham prêmios. A divulgação dos resultados será em 26 de novembro.
Promovida pelos ministérios de Ciência e Tecnologia e da Educação, a Obmep é realizada pelo Instituto Nacional de Matemática Pura Aplicada (Impa) e pela Sociedade Brasileira de Matemática. As provas são para alunos do sexto ao nono ano do ensino fundamental e das três séries do ensino médio. A realização da olimpíada atende dois objetivos: incentivar o ensino de matemática e descobrir talentos entre estudantes das redes públicas que estão nos anos finais do ensino fundamental e em todo o ensino médio.
Da 1ª edição da Obmep, em 2005, a 2010, o número de estudantes, de escolas e de municípios cresceu. Começou com 10,5 milhões de alunos, 31 mil escolas e 93,5% dos municípios. Hoje alcança 19,6 milhões de estudantes, 44,7 mil escolas e 99,1% dos municípios. O regulamento, calendário, prêmios, banco de questões podem ser consultados na página eletrônica da Obmep.
terça-feira, 6 de abril de 2010
Jovem cria curso para olimpíada de matemática e conquista mais de cem medalhas
Do alto de seus 18 anos, Marco Antonio Lopes Pedroso já ganhou mais de 15 medalhas em olimpíadas de matemática, química, física e astronomia. Tantas congratulações o fizeram querer multiplicar o conhecimento. Assim, ele acabou criando um cursinho preparatório para competições destinado aos alunos de sua cidade, Santa Isabel, em São Paulo.
Em dois anos de funcionamento, seu grupo, chamado OSI (Olímpicos de Santa Isabel), já registrou mais de cem medalhistas em competições como a OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas) ou a Olimpíada Brasileira de Astronomia.
Agora, Marco Antonio enfrenta um dilema: aprovado no MIT (Massachusetts Institute of Technology), o rapaz busca novos organizadores para tocar seu projeto adiante. "Até hoje já atendemos uns 300 alunos. Há um certificado simbólico para os que acompanharam o curso e para os professores que ajudaram. É tudo voluntário", conta.
Além de Marco Antonio, outros colegas do rapaz e seu irmão mais novo também lecionam. "E estão surgindo outros projetos. Um deles é em Cajamar e outro no [colégio] Etapa. Estou torcendo bastante para que deem certo", diz.
Segundo o criador do OSI, uma das principais vantagens do curso ministrado por jovens, é a proximidade com o público alvo. "Os alunos têm aulas com professores com quase a mesma idade que eles. Então, ficam mais à vontade."
Até a sétima série, Marco Antonio estudou em um colégio particular da cidade. Tinha bolsa de estudos, pois o pai era professor. Mas a escola faliu e ele foi estudar em uma instituição do Estado. "Foi um choque. Estava acostumado com uma turma pequena e vi a realidade da escola pública – com professor faltando e coisa do tipo", lembra.
Nessa época, conta, ele soube que o colégio Etapa, em São Paulo, fornecia treinamento para a olimpíada de matemática. Fez uma prova de bolsas e cursou todo o ensino médio com desconto de 100%.
Daí para replicar o curso preparatório foi um pulinho. Em 2008, estava ele ministrando as aulas. "Minha mãe me ajudou a procurar diretores de colégios de Santa Isabel, porque conhecia bastante gente", diz. E foi assim que tudo começou. Com um espaço cedido e gosto pela matemática. Os estudantes frequentam gratuitamente - este ano, a única taxa simbólica vai ser o custo da camiseta, inferior a R$ 10 por pessoa. Nos outros anos, como o universo de alunos era menor, os próprios professores bancaram o uniforme.
O projeto funciona aos finais de semana, quando Marco Antonio volta das aulas do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) - onde cursa o primeiro ano de engenharia. "Teve gente que já conseguiu bolsa de estudos e o projeto já ganhou bastante prestígio", afirma.
Simone Harnik
Em dois anos de funcionamento, seu grupo, chamado OSI (Olímpicos de Santa Isabel), já registrou mais de cem medalhistas em competições como a OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas) ou a Olimpíada Brasileira de Astronomia.
Agora, Marco Antonio enfrenta um dilema: aprovado no MIT (Massachusetts Institute of Technology), o rapaz busca novos organizadores para tocar seu projeto adiante. "Até hoje já atendemos uns 300 alunos. Há um certificado simbólico para os que acompanharam o curso e para os professores que ajudaram. É tudo voluntário", conta.
Além de Marco Antonio, outros colegas do rapaz e seu irmão mais novo também lecionam. "E estão surgindo outros projetos. Um deles é em Cajamar e outro no [colégio] Etapa. Estou torcendo bastante para que deem certo", diz.
Segundo o criador do OSI, uma das principais vantagens do curso ministrado por jovens, é a proximidade com o público alvo. "Os alunos têm aulas com professores com quase a mesma idade que eles. Então, ficam mais à vontade."
Até a sétima série, Marco Antonio estudou em um colégio particular da cidade. Tinha bolsa de estudos, pois o pai era professor. Mas a escola faliu e ele foi estudar em uma instituição do Estado. "Foi um choque. Estava acostumado com uma turma pequena e vi a realidade da escola pública – com professor faltando e coisa do tipo", lembra.
Nessa época, conta, ele soube que o colégio Etapa, em São Paulo, fornecia treinamento para a olimpíada de matemática. Fez uma prova de bolsas e cursou todo o ensino médio com desconto de 100%.
Daí para replicar o curso preparatório foi um pulinho. Em 2008, estava ele ministrando as aulas. "Minha mãe me ajudou a procurar diretores de colégios de Santa Isabel, porque conhecia bastante gente", diz. E foi assim que tudo começou. Com um espaço cedido e gosto pela matemática. Os estudantes frequentam gratuitamente - este ano, a única taxa simbólica vai ser o custo da camiseta, inferior a R$ 10 por pessoa. Nos outros anos, como o universo de alunos era menor, os próprios professores bancaram o uniforme.
O projeto funciona aos finais de semana, quando Marco Antonio volta das aulas do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) - onde cursa o primeiro ano de engenharia. "Teve gente que já conseguiu bolsa de estudos e o projeto já ganhou bastante prestígio", afirma.
Simone Harnik
sexta-feira, 26 de março de 2010
Simetria na Natureza
Uma das primeiras características geométricas com que deparamos quando procuramos detectá-las na Natureza é, porventura, a simetria.
A simetria na Natureza é um fenómeno único e fascinante. Esta ideia surge naturalmente ao espírito humano, remetendo-o para um equilíbrio e proporção, padrão e regularidade, harmonia e beleza, ordem e perfeição. Estes são alguns dos vocábulos que resumem reacções que temos inerentes às simetrias que abundam na Natureza, nas formas vivas e inanimadas.
Podemos encontrar simetrias sob as mais diversas formas e em diferentes locais.
Uma figura geométrica plana diz-se simétrica se for possível dividi-la por uma recta, de forma que as duas partes obtidas se possam sobrepor por dobragem. As rectas que levam a esse tipo de divisão chamam-se eixos de simetria da figura.
Um perfeito exemplo de simetria encontrada na natureza é o caso da borboleta, a qual apresenta um único eixo de simetria.
Todavia existem figuras que podem ter vários eixos de simetria ou nenhum.
A simetria bilateral é imediatamente detectada nesta imagem da cabeça de uma coruja.
No dente-de-leão é facilmente perceptível o arranjo em simetria radial.
Mas a assimetria (ou a não-simetria) é uma característica que também ocorre. Verificam-se mesmo alguns casos invulgares que têm deixado intrigados os observadores, como sucede, por exemplo, com a solha.
Notem-se, no caso do peixe achatado, os dois olhos na mesma face, assim como a boca deformada.
Podemos encontrar outras formas de assimetria, mas igualmente relacionadas com a matemática. Um das das mais frequentes, sobretudo entre as plantas, mas também presente no reino animal é a espiral, reconhecível no desenho das conchas de caracóis, búzios e afins.
É facilmente identificada, no caracol, a forma espiralada exibida pela casca.
A simetria na Natureza é um fenómeno único e fascinante. Esta ideia surge naturalmente ao espírito humano, remetendo-o para um equilíbrio e proporção, padrão e regularidade, harmonia e beleza, ordem e perfeição. Estes são alguns dos vocábulos que resumem reacções que temos inerentes às simetrias que abundam na Natureza, nas formas vivas e inanimadas.
Podemos encontrar simetrias sob as mais diversas formas e em diferentes locais.
Uma figura geométrica plana diz-se simétrica se for possível dividi-la por uma recta, de forma que as duas partes obtidas se possam sobrepor por dobragem. As rectas que levam a esse tipo de divisão chamam-se eixos de simetria da figura.
Um perfeito exemplo de simetria encontrada na natureza é o caso da borboleta, a qual apresenta um único eixo de simetria.
Todavia existem figuras que podem ter vários eixos de simetria ou nenhum.
A simetria bilateral é imediatamente detectada nesta imagem da cabeça de uma coruja.
No dente-de-leão é facilmente perceptível o arranjo em simetria radial.
Mas a assimetria (ou a não-simetria) é uma característica que também ocorre. Verificam-se mesmo alguns casos invulgares que têm deixado intrigados os observadores, como sucede, por exemplo, com a solha.
Notem-se, no caso do peixe achatado, os dois olhos na mesma face, assim como a boca deformada.
Podemos encontrar outras formas de assimetria, mas igualmente relacionadas com a matemática. Um das das mais frequentes, sobretudo entre as plantas, mas também presente no reino animal é a espiral, reconhecível no desenho das conchas de caracóis, búzios e afins.
É facilmente identificada, no caracol, a forma espiralada exibida pela casca.
Sem medo dos números
Especialistas ensinam algumas atitudes simples que ajudam as crianças a gostar de matemática
por Beatriz Vichessi
Como ajudar crianças a aprender, com prazer e curiosidade, a arte de usar os números? Quando começar? Priscila Monteiro, coordenadora de Matemática do Projeto Dica, de São Caetano do Sul (SP), e formadora do programa Matemática É D+, da Fundação Victor Civita, sugere brincadeiras para despertar o interesse de seus filhos. Afinal, não há por que temer essa disciplina na escola.
Segundo Priscila, o conhecimento matemático é uma ferramenta que ajuda a desenvolver a autonomia intelectual e a capacidade crítica do ser humano. Um dos benefícios práticos de aprender a disciplina é poder aplicá-la no cotidiano ? e não só para fazer contas, como a maioria pensa. ?A utilização de conceitos matemáticos permite, por exemplo, antecipar o resultado de certas ações sem a necessidade de realizá-las efetivamente?, explica a professora.
Aos 2 anos
Quando perguntarem a idade do seu filho, resista à tentação de falar por ele. Em vez disso, estimule-o a responder usando os dedos. Essa é uma ótima oportunidade para ele começar a perceber a importância dos números.
A partir dos 4 anos
Alguns jogos, como boliche - que pode ser improvisado com garrafas plásticas cheias de areia, aproximam as crianças dos números e de conceitos de geometria. Para descobrir quem venceu, é preciso contar as garrafas derrubadas. Incentive a criança a brincar com esses jogos.
Depois dos 10 anos
Para crianças maiores, situações práticas são mais eficientes. Afinal, elas já lidam com exercícios complexos na sala de aula. Assim, é válido propor que calculem o preço final da lista de compras do supermercado, o preço total de um produto anunciado em prestações e a quantidade de carne e de refrigerante para um churrasco, por exemplo.
por Beatriz Vichessi
Como ajudar crianças a aprender, com prazer e curiosidade, a arte de usar os números? Quando começar? Priscila Monteiro, coordenadora de Matemática do Projeto Dica, de São Caetano do Sul (SP), e formadora do programa Matemática É D+, da Fundação Victor Civita, sugere brincadeiras para despertar o interesse de seus filhos. Afinal, não há por que temer essa disciplina na escola.
Segundo Priscila, o conhecimento matemático é uma ferramenta que ajuda a desenvolver a autonomia intelectual e a capacidade crítica do ser humano. Um dos benefícios práticos de aprender a disciplina é poder aplicá-la no cotidiano ? e não só para fazer contas, como a maioria pensa. ?A utilização de conceitos matemáticos permite, por exemplo, antecipar o resultado de certas ações sem a necessidade de realizá-las efetivamente?, explica a professora.
Aos 2 anos
Quando perguntarem a idade do seu filho, resista à tentação de falar por ele. Em vez disso, estimule-o a responder usando os dedos. Essa é uma ótima oportunidade para ele começar a perceber a importância dos números.
A partir dos 4 anos
Alguns jogos, como boliche - que pode ser improvisado com garrafas plásticas cheias de areia, aproximam as crianças dos números e de conceitos de geometria. Para descobrir quem venceu, é preciso contar as garrafas derrubadas. Incentive a criança a brincar com esses jogos.
Depois dos 10 anos
Para crianças maiores, situações práticas são mais eficientes. Afinal, elas já lidam com exercícios complexos na sala de aula. Assim, é válido propor que calculem o preço final da lista de compras do supermercado, o preço total de um produto anunciado em prestações e a quantidade de carne e de refrigerante para um churrasco, por exemplo.
A matemática e o cotidiano
Adoro números!
A matemática está mais perto do cotidiano e já não é a eterna vilã do mundo estudantil
Espécie de bicho-papão da vida escolar, a matemática sempre foi uma disciplina temida, que reprovava muito e tinha poucos fãs. Mas as novas formas de ensino, que usam jogos e brincadeiras, trouxeram a matéria mais para perto do mundo real e vêm atraindo as crianças, para surpresa de muitos pais, que nunca gostaram dela. A psicóloga Sandra Magina, doutora em educação matemática e professora da PUC de São Paulo, diz que as mudanças no ensino da disciplina começaram nos anos 80. "Foi quando a matemática passou a ser discutida no cotidiano", afirma Sandra, deixando para trás heranças do ensino tradicional, como a tabuada e a também chamada matemática moderna, que lidava de forma abstrata com conceitos complexos como a teoria dos conjuntos. Vinte anos mais tarde, o ensino da matéria tem hoje quatro características principais. "A primeira é a relação da matemática com situações concretas do mundo real. Outra é a introdução de brincadeiras para facilitar o processo, além de jogos que podem ser manipulados pelos alunos. E ainda o uso do computador, com programas auxiliares cada vez melhores", diz a professora. Tudo com o objetivo de fazer a criança compreender os problemas e selecionar a melhor forma de solucioná-los, sem decorebas.
Sem cobranças
A melhor maneira de os pais ajudarem o filho a se dar bem com a matemática é apontando a presença dela no dia-a-dia. Os números, as figuras geométricas, as relações entre as quantidades estão em toda parte: nas compras do supermercado, nos móveis da casa, nas receitas culinárias. "Atualmente, a matemática que se aprende até a oitava série é muito aplicável ao cotidiano", assegura a professora Sandra Magina. Mas não se deve enfatizar a realização de operações, treinando a criança só para fazer contas. "O importante é entender o conceito, o raciocínio por trás de cada situação", diz Sandra. A professora Elza Akama concorda: "Não se deve cobrar contas das crianças. Para substituir a tabuada, já existem calculadoras. E não queremos ninguém competindo com calculadoras, mas construindo-as."
A matemática está mais perto do cotidiano e já não é a eterna vilã do mundo estudantil
Espécie de bicho-papão da vida escolar, a matemática sempre foi uma disciplina temida, que reprovava muito e tinha poucos fãs. Mas as novas formas de ensino, que usam jogos e brincadeiras, trouxeram a matéria mais para perto do mundo real e vêm atraindo as crianças, para surpresa de muitos pais, que nunca gostaram dela. A psicóloga Sandra Magina, doutora em educação matemática e professora da PUC de São Paulo, diz que as mudanças no ensino da disciplina começaram nos anos 80. "Foi quando a matemática passou a ser discutida no cotidiano", afirma Sandra, deixando para trás heranças do ensino tradicional, como a tabuada e a também chamada matemática moderna, que lidava de forma abstrata com conceitos complexos como a teoria dos conjuntos. Vinte anos mais tarde, o ensino da matéria tem hoje quatro características principais. "A primeira é a relação da matemática com situações concretas do mundo real. Outra é a introdução de brincadeiras para facilitar o processo, além de jogos que podem ser manipulados pelos alunos. E ainda o uso do computador, com programas auxiliares cada vez melhores", diz a professora. Tudo com o objetivo de fazer a criança compreender os problemas e selecionar a melhor forma de solucioná-los, sem decorebas.
Sem cobranças
A melhor maneira de os pais ajudarem o filho a se dar bem com a matemática é apontando a presença dela no dia-a-dia. Os números, as figuras geométricas, as relações entre as quantidades estão em toda parte: nas compras do supermercado, nos móveis da casa, nas receitas culinárias. "Atualmente, a matemática que se aprende até a oitava série é muito aplicável ao cotidiano", assegura a professora Sandra Magina. Mas não se deve enfatizar a realização de operações, treinando a criança só para fazer contas. "O importante é entender o conceito, o raciocínio por trás de cada situação", diz Sandra. A professora Elza Akama concorda: "Não se deve cobrar contas das crianças. Para substituir a tabuada, já existem calculadoras. E não queremos ninguém competindo com calculadoras, mas construindo-as."
sábado, 13 de março de 2010
Pi está em todos os lugares!
...O rolar das ondas numa praia, o trajeto aparente diário das estrelas no céu terrestre, o espalhamento de uma colônia de cogumelos, o movimento das engrenagens e rolamentos, a propagação dos campos eletromagnéticos e um sem número de fenômenos e objetos, do mundo natural e da Matemática, estão associados às idéias de simetria circular e esférica. Ora, o estudo e uso de círculos e esferas, de um modo quase que inexorável, acaba produzindo o PI. Daí a ubiquidade desse número. Ele é uma das constantes universais da Matemática.
...É importante chamarmos a atenção para o fato que também são frequentes as ocorrências do PI em estudos onde aparentemente, principalmente para uma pessoa de pouca formação matemática, não estariam envolvidas simetrias circulares: na normalização da distribuição normal de probabilidades, na distribuição assintótica dos números primos, na construção de números primos próximos a inteiros dados ( na chamada constante de Ramanujan ), e mil e uma outras situações.
...A descoberta do PI
Muitas pessoas acham que precisamos ter o valor do PI para calcular circunferência de círculos. Um exemplo clássico mostrando que isso NAO e' verdade e' o cálculo da circunferência da Terra por Erathostenes c. 250 AC.
...Ele mediu um arco de meridiano terrestre de 5000 estádios e, usando um instrumento de forma semi-esférica ( chamado skaphe ), verificou que esse arco de meridiano era proporcional a um arco de meridiano da skaphe, o qual media 1/50 do meridiano da esfera desse instrumento. Consequentemente, concluiu que o meridiano terrestre e' 50*5000 = 250000 estádios. Ou seja, em lugar nenhum precisou saber o valor do PI!
...Esse exemplo, e outros que poderiamos mencionar, mostram que é bastante surpreendente que a quase totalidade das pessoas ache que PI foi descoberto ao se relacionar circunferências com diâmetros dos respectivos círculos. Embora a definição usual do PI baseie-se na constância da razão circunferência : diâmetro, muito provavelmente não foi essa a origem do PI.
...Com efeito, é difícil imaginarmos situações práticas reais onde, numa civilização incipiente, alguém tenha precisado calcular a circunferência de um círculo de diâmetro conhecido, ou vice-versa. Muito mais naturais sao problemas requerendo achar a área de um campo circular em termos do diâmetro ou mesmo em termos da circunferência. Em verdade, devia-se até questionar se a descoberta do PI realmente ocorreu no contexto de círculos, e não no de esferas.
...Essa inquietação nao é só nossa. O famoso historiador matemático Abraham Seidenberg gastou muitos anos de sua vida vasculhando museus e lendo trabalhos de antropologia, em busca dos mais antigos indícios de envolvimento humano com círculos, esferas e o PI. O resultado desses estudos foi resumido nos seus artigos The ritual origin of the circle and square, Archiv. Hist. Exact Sc. 25, (1981), e principalmente em On the volume of a sphere, Archiv. Hist. Exact Sc. 39, (1988).
...Sua conclusão foi que o cálculo do volume da esfera em termos de seu diâmetro remontaria a antes de 2 000AC, sendo anterior a matemática das grandes antigas civilizações mesopotâmica, indiana, chinesa e egípcia.
...O historiador matemático B. van der Waerden identifica essa origem com o que chamo de Tradição Origem da Matemática e a localiza no Vale do Danúbio c. 4 000 AC. Segundo Seidenberg, nessa tradição também se teria reconhecido a igualdade da constante de proporcionalidade relacionando circunferência com diâmetro e área de círculo com quadrado do raio; ou seja, já nessa tradição, possivelmente lá por 3000 a 4000AC, se teria reconhecido que o "PI da circunferência" é igual ao "PI da área do círculo". Também é interessante observar que Seidenberg concluiu que a descoberta dessa igualdade usou métodos infinitesimais, ao estilo de Cavalieri.
...É preciso que fique bem claro que o que o trabalho de Seidenberg achou na noite dos tempos, em bem remota antiguidade, foram apenas indícios indiretos de envolvimento com PI. Os mais antigos documentos concretos que temos e que tratam explícitamente de PI são tabletas mesopotâmicas de c. 2 000 AC, como a mostrada ao lado. Examinando a figura desenhada, fica fácil ver que a mesma corresponde a adotar a aproximação grosseira PI = 3, que é a mais comum das aproximações para PI que encontramos nos documentos mesopotâmicos.
...É importante chamarmos a atenção para o fato que também são frequentes as ocorrências do PI em estudos onde aparentemente, principalmente para uma pessoa de pouca formação matemática, não estariam envolvidas simetrias circulares: na normalização da distribuição normal de probabilidades, na distribuição assintótica dos números primos, na construção de números primos próximos a inteiros dados ( na chamada constante de Ramanujan ), e mil e uma outras situações.
...A descoberta do PI
Muitas pessoas acham que precisamos ter o valor do PI para calcular circunferência de círculos. Um exemplo clássico mostrando que isso NAO e' verdade e' o cálculo da circunferência da Terra por Erathostenes c. 250 AC.
...Ele mediu um arco de meridiano terrestre de 5000 estádios e, usando um instrumento de forma semi-esférica ( chamado skaphe ), verificou que esse arco de meridiano era proporcional a um arco de meridiano da skaphe, o qual media 1/50 do meridiano da esfera desse instrumento. Consequentemente, concluiu que o meridiano terrestre e' 50*5000 = 250000 estádios. Ou seja, em lugar nenhum precisou saber o valor do PI!
...Esse exemplo, e outros que poderiamos mencionar, mostram que é bastante surpreendente que a quase totalidade das pessoas ache que PI foi descoberto ao se relacionar circunferências com diâmetros dos respectivos círculos. Embora a definição usual do PI baseie-se na constância da razão circunferência : diâmetro, muito provavelmente não foi essa a origem do PI.
...Com efeito, é difícil imaginarmos situações práticas reais onde, numa civilização incipiente, alguém tenha precisado calcular a circunferência de um círculo de diâmetro conhecido, ou vice-versa. Muito mais naturais sao problemas requerendo achar a área de um campo circular em termos do diâmetro ou mesmo em termos da circunferência. Em verdade, devia-se até questionar se a descoberta do PI realmente ocorreu no contexto de círculos, e não no de esferas.
...Essa inquietação nao é só nossa. O famoso historiador matemático Abraham Seidenberg gastou muitos anos de sua vida vasculhando museus e lendo trabalhos de antropologia, em busca dos mais antigos indícios de envolvimento humano com círculos, esferas e o PI. O resultado desses estudos foi resumido nos seus artigos The ritual origin of the circle and square, Archiv. Hist. Exact Sc. 25, (1981), e principalmente em On the volume of a sphere, Archiv. Hist. Exact Sc. 39, (1988).
...Sua conclusão foi que o cálculo do volume da esfera em termos de seu diâmetro remontaria a antes de 2 000AC, sendo anterior a matemática das grandes antigas civilizações mesopotâmica, indiana, chinesa e egípcia.
...O historiador matemático B. van der Waerden identifica essa origem com o que chamo de Tradição Origem da Matemática e a localiza no Vale do Danúbio c. 4 000 AC. Segundo Seidenberg, nessa tradição também se teria reconhecido a igualdade da constante de proporcionalidade relacionando circunferência com diâmetro e área de círculo com quadrado do raio; ou seja, já nessa tradição, possivelmente lá por 3000 a 4000AC, se teria reconhecido que o "PI da circunferência" é igual ao "PI da área do círculo". Também é interessante observar que Seidenberg concluiu que a descoberta dessa igualdade usou métodos infinitesimais, ao estilo de Cavalieri.
...É preciso que fique bem claro que o que o trabalho de Seidenberg achou na noite dos tempos, em bem remota antiguidade, foram apenas indícios indiretos de envolvimento com PI. Os mais antigos documentos concretos que temos e que tratam explícitamente de PI são tabletas mesopotâmicas de c. 2 000 AC, como a mostrada ao lado. Examinando a figura desenhada, fica fácil ver que a mesma corresponde a adotar a aproximação grosseira PI = 3, que é a mais comum das aproximações para PI que encontramos nos documentos mesopotâmicos.
O número Pi
...Na matemática, π é o número que representa a quociente entre o perímetro de uma circunferência e o seu diâmetro; por outras palavras, se uma circunferência tem perímetro p e diâmetro d, então aquele número é igual a p / d.
...É representado pela letra grega π. A letra grega π (lê-se: pi), foi adotada para o número a partir da palavra grega para perímetro, "περίμετρος", provavelmente por William Jones em 1706, e popularizada por Leonhard Euler alguns anos mais tarde. Outros nomes para esta constante são constante circular, constante de Arquimedes ou número de Ludolph.
...O valor de π
...pertence aos números irracionais. Para a maioria dos cálculos simples é comum aproximar π por 3,1, 3,14 e 3,1416.
...Uma boa parte das calculadoras científicas de 8 dígitos aproxima π por 3,1415927. Para cálculos mais precisos pode-se utilizar com 25 casas decimais.
...Para cálculos ainda mais precisos pode-se obter aproximações de π através de algoritmos computacionais.
...É representado pela letra grega π. A letra grega π (lê-se: pi), foi adotada para o número a partir da palavra grega para perímetro, "περίμετρος", provavelmente por William Jones em 1706, e popularizada por Leonhard Euler alguns anos mais tarde. Outros nomes para esta constante são constante circular, constante de Arquimedes ou número de Ludolph.
...O valor de π
...pertence aos números irracionais. Para a maioria dos cálculos simples é comum aproximar π por 3,1, 3,14 e 3,1416.
...Uma boa parte das calculadoras científicas de 8 dígitos aproxima π por 3,1415927. Para cálculos mais precisos pode-se utilizar com 25 casas decimais.
...Para cálculos ainda mais precisos pode-se obter aproximações de π através de algoritmos computacionais.
Pipas & Matemática
...A história das pipas possui mistérios, lendas, símbolos e mitos. Ela também encanta pela magia e beleza. Tudo deve ter começado quando o homem primitivo se deu conta de sua limitação diante da capacidade de voar dos pássaros. Essa frustração foi o mote para que ele desse asas a sua imaginação.
...Pipa, papagaio ou pandorga, entre outras denominações, pode ser definido como um brinquedo que voa preso a extremidade de uma linha ou barbante. Em geral, tem uma armação leve de bambu ou madeira, sobre a qual se estica uma folha de papel ou plástico.
... A Pipa também ajuda na construção dos conceitos matemáticos. Com ela podemos ensinar a geometria de forma lúdica, desenvolvendo o raciocínio lógico sempre promovendo, nesta construção, a formação do indivíduo com um trabalho cooperativo onde há respeito pelo ambiente em que se vive. Durante a construção, a Pipa, é caracterizada por alguns entes geométricos como: linhas concorrentes, paralelas, triângulos, retângulos, triângulos retângulo, losangos, ângulos etc.
...Quem achar, contudo que as pipas não têm outra utilidade, a não ser diversão, engana-se. O milenar brinquedo auxiliou na criação do pára-raios, esteve presente na primeira transmissão radiofônica e ainda auxiliou Santos Dumont em suas primeiras experiências, entre outros atributos.
...Os historiadores acreditam que tenha sido inventada entre 400 e 300 (A.C.) por Arquitas, um grego da cidade de Tarena. Os chineses afirmam, contudo, que o general Han Sin a inventou em 206 (AC), para uso dos militares.
...Em 1749 o escocês Alexander Wilson usou vários termômetros presos as pipas para medir a temperatura nas alturas. Já Benjamim Franklin, em 1752, utilizando uma pipa forrada de pano, demonstrou em um dia de chuva, que nas nuvens existe eletricidade estática, criando assim o pára-raios.
...O inglês Douglas Archibasld, em 1883, prendeu um anemômetro (medidor de vento) à linha de uma pipa e mediu a velocidade do vento a 360m de altura. A aerofotografia com o auxílio de pipas também é muito praticada desde o fim do século XIX. Guglielmo Marconi em 1901 usou uma pipa para erguer uma antena e fez a primeira transmissão de rádio.
...No fim do século XIX e inicio do século XX, o homem estava decidido a construir uma máquina que lhe permitisse voar, nessa época ele só tinha duas referências de vôo, que eram as aves e a pipa. Muitos tentaram imitar os pássaros com suas máquinas sem sucesso, outros tentavam usando pipas.
...Em 1906, depois de vários testes, o brasileiro Alberto Santos Dumont fez o primeiro vôo, usando um conjunto de pipas-caixas, acionadas por suas próprias forças. Este avião recebeu o nome de “14 BIS”. Fonte: www.pipas.art.br
...Nós brasileiros conhecemos as pipas através dos colonizadores portugueses por volta de 1596 que, por sua vez, as conheceram através de suas viagens ao Oriente. Um fato pouco conhecido de nossa História deu-se no Quilombo dos Palmares, quando sentinelas avançadas anunciavam por meio de pipas quando algum perigo se aproximava mais uma prova de que a pipa era conhecida na África há muito mais tempo, pois os negros já cultuavam-na como oferenda aos deuses. http://www.pipas.com.br
Malba Tahan
0 GENIAL ATOR DA SALA DE AULA ...
Júlio César de Melo e Sousa (Rio de Janeiro, 6 de maio de 1895 — Recife, 18 de junho de 1974), mais conhecido pelo heterônimo de Malba Tahan foi um escritor e matemático brasileiro. Através de seus romances foi um dos maiores divulgadores da matemática no Brasil. Ele é famoso no Brasil e no exterior por seus livros de recreação matemática e fábulas e lendas passadas no Oriente, muitas delas publicadas sob o heterônimo/pseudônimo de Malba Tahan.
...Seu livro mais conhecido, O Homem que Calculava, é uma coleção de problemas e curiosidades matemáticas apresentada sob a forma de narrativa das aventuras de um calculista persa à maneira dos contos de Mil e Uma Noites. Monteiro Lobato classificou-a como: “... obra que ficará a salvo das vassouradas do Tempo como a melhor expressão do binômio ‘ciência-imaginação.’”
...Júlio César, como professor de matemática, destacou-se por ser um acerbo crítico das estruturas ultrapassadas de ensino. “O professor de Matemática em geral é um sádico. — Denunciava ele. — Ele sente prazer em complicar tudo.” Com concepções muito a frente de seu tempo, somente nos dias de hoje Júlio César começa a ter o reconhecimento de sua importância como educador. Em 2004 foi fundado em Queluz -- terra onde o escritor passou sua infância -- o Instituto Malba Tahan, com o objetivo de fomentar, resgatar e preservar a memória e o legado de Júlio César. ...Em homenagem a Malba Tahan, o dia de seu nascimento – 6 de maio – foi decretado Dia da Matemática pela Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro.
Júlio César de Melo e Sousa (Rio de Janeiro, 6 de maio de 1895 — Recife, 18 de junho de 1974), mais conhecido pelo heterônimo de Malba Tahan foi um escritor e matemático brasileiro. Através de seus romances foi um dos maiores divulgadores da matemática no Brasil. Ele é famoso no Brasil e no exterior por seus livros de recreação matemática e fábulas e lendas passadas no Oriente, muitas delas publicadas sob o heterônimo/pseudônimo de Malba Tahan.
...Seu livro mais conhecido, O Homem que Calculava, é uma coleção de problemas e curiosidades matemáticas apresentada sob a forma de narrativa das aventuras de um calculista persa à maneira dos contos de Mil e Uma Noites. Monteiro Lobato classificou-a como: “... obra que ficará a salvo das vassouradas do Tempo como a melhor expressão do binômio ‘ciência-imaginação.’”
...Júlio César, como professor de matemática, destacou-se por ser um acerbo crítico das estruturas ultrapassadas de ensino. “O professor de Matemática em geral é um sádico. — Denunciava ele. — Ele sente prazer em complicar tudo.” Com concepções muito a frente de seu tempo, somente nos dias de hoje Júlio César começa a ter o reconhecimento de sua importância como educador. Em 2004 foi fundado em Queluz -- terra onde o escritor passou sua infância -- o Instituto Malba Tahan, com o objetivo de fomentar, resgatar e preservar a memória e o legado de Júlio César. ...Em homenagem a Malba Tahan, o dia de seu nascimento – 6 de maio – foi decretado Dia da Matemática pela Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro.
O volume de uma pizza...
sexta-feira, 5 de março de 2010
Jogo "Confusebox"
Eu adoro jogos de raciocínio lógico, mas confesso que vencer o “Confusebox” não é nada fácil. O legal é que cada vez que se entra nesse jogo, é preciso estudar novas estratégias para vencê-lo.
O objetivo do jogo é conectar todo o circuito para que todas as luzes se acendam.
Para jogar, clique aqui.
Boa sorte!
O objetivo do jogo é conectar todo o circuito para que todas as luzes se acendam.
Para jogar, clique aqui.
Boa sorte!
Jogo "Resta um"
O “Resta Um” é um quebra-cabeça bastante antigo, mas ainda é muito utilizado quando se quer testar o raciocínio lógico.
O objetivo deste jogo é, através de movimentos válidos, deixar apenas uma peça no tabuleiro, de preferência, no centro do mesmo.
No início do jogo, há 32 peças no tabuleiro, deixando vazia a posição central.
Um movimento consiste em pegar uma peça e fazê-la “saltar” sobre outra peça, sempre na horizontal ou na vertical, terminando em um espaço vazio.
A peça que foi “saltada” é retirada do tabuleiro.
O jogo termina quando não é possível fazer nenhum movimento. Nesta ocasião, o jogador ganha se restar apenas uma peça no tabuleiro.
Para jogar esse quebra-cabeça, clique no link: Jogando o “resta um”
O que são fractais?
Imagine que estejamos interessados em medir o comprimento do quarteirão da nossa rua utilizando uma régua de um metro. Suponha agora uma nova aferição feita com uma régua de 20 cm. Você acha que os dois resultados obtidos seriam iguais ou não?
Os resultados não seriam iguais porque uma pequena irregularidade no quarteirão (uma pedra, um buraco ou a raiz de uma árvore), que talvez fosse desconsiderada pela régua maior, provavelmente seria levada em consideração na aferição feita com a menor. Quanto menor a régua utilizada, maior será o comprimento encontrado.
Imagine agora a variedade de resultados que poderíamos obter ao medir o litoral brasileiro, que é muito mais irregular do que o quarteirão da nossa casa, dependendo do grau de detalhamento que desejamos.
Objetos geométricos que possuem uma estrutura detalhada em muitas escalas de ampliação são chamados de fractais, nome derivado da palavra latina fractus, que significa irregular.
O estudo dos fractais tem-se revelado recentemente de grande importância em vários campos das ciências, tais como biologia, meteorologia e economia. Vejamos como a matemática escolar pode nos ajudar a compreender um determinado objeto fractal.
A curva de Koch, também conhecida como floco de neve, é um objeto fractal que pode ser obtido a partir de várias interações sobre um triângulo equilátero de lado igual a 1 .
Dividimos cada um dos lados desse triângulo em três partes iguais, retiramos a parte central e, a partir dos "buracos" que fizemos, construímos três novos triângulos equiláteros .
O perímetro da figura 1, que era igual a 3, passará para 4 na figura 2 (12 lados medindo 1/3 cada um). Da figura 2 para a 3, o perímetro passará de 4 para 16/3 porque o comprimento de cada lado passará de 1/3 para 1/9.
A sequência numérica (3, 4, 16/3, ...) dos perímetros da curva de Koch após sucessivas interações é uma progressão geométrica de razão igual a 4/3 e a1 = 3. Para calcular o perímetro após n interações, basta aplicar a fórmula an = a1qn-1 do termo geral de uma P.G. .
Pelo fato de a P.G. em questão ter a1 0 e q 1, sabemos que o valor do perímetro estará sempre crescendo, o que confere à curva de Koch a estranha propriedade de possuir um perímetro que tende ao infinito quando aumentamos o número de interações.
Fica para o leitor o exercício de descobrir o que acontecerá com a área da curva de Koch após infinitas interações.
terça-feira, 2 de março de 2010
Material Dourado
O USO DO MATERIAL DOURADO NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
O uso do material dourado em sala de aula
Introdução:
O “Material Dourado” foi criado por Maria Montessori (1870-1952), primeira mulher na Itália a formar-se em medicina. Quando encarregada da educação de crianças com deficiências, verificou que elas aprendiam mais pela ação do que pelo pensamento, desenvolveu então um método e material apropriado de ensino. Sua experiência foi muito bem-sucedida e Montessori concluiu que método semelhante poderia ter êxito com crianças normais.
O Material Dourado Montessori destina-se a atividades que auxiliam o ensino e a aprendizagem do sistema de numeração decimal-posicional e dos métodos para efetuar as operações fundamentais (ou seja, os algoritmos).
No ensino tradicional, as crianças acabam "dominando" os algoritmos a partir de treinos cansativos, mas sem conseguirem compreender o que fazem. Com o Material Dourado a situação é outra: as relações numéricas abstratas passam a ter uma imagem concreta, facilitando a compreensão. Obtém-se, então, além da compreensão dos algoritmos, um notável desenvolvimento do raciocínio e um aprendizado bem mais agradável.
O Material Dourado faz parte de um conjunto de materiais idealizados pela médica e educadora italiana Maria Montessori.
O nome ”Material Dourado” era conhecido como “Material das Contas Douradas” pois inicialmente a sua forma eram contas douradas e que hoje temos como no desenho abaixo:
O material multibase, também conhecido como material dourado, pode ser usado para explorar a estrutura do sistema de numeração; os algoritmos associados às quatro operações básicas (adição, multiplicação, subtração e divisão) com ênfase no procedimento de agrupamento; conceitos geométricos (perímetro, área, volume, etc.); e vários princípios algébricos fundamentais.
Jogo - Ganhando um bloco
Para este jogo são necessários: material multibase (qualquer base) que constituirá o banco e um dado. Podem participar do jogo dois ou mais alunos.
Procedimento:
Em cada rodada os alunos lançam o dado e pegam do banco tantas unidades quanto indica o número na face superior do dado. Os jogadores fazem a troca: unidades por barras, barras por placas e placas por cubo.
Vence o primeiro que tenha conseguido um cubo.
Responda:
– Qual é o menor número de lances necessários para ganhar uma barra? E uma placa? E um cubo?
– Qual é o maior número de lances necessários para ganhar uma barra? E uma placa? E um cubo?
– É possível obter uma barra no primeiro lance do dado?
– Qual é a chance de obter pelo menos uma barra no primeiro lance do dado?
– É possível obter duas barras no primeiro lance do dado?
Alterações no jogo
1. Usando dois dados. Os alunos pegam do banco as unidades resultante da soma dos números que aparecem na face superior dos dados.
2. Usando três dados sendo dois de cores diferentes. Os dois dados de mesma cor indicam o número de unidades que serão retiradas do banco e o outro dado indica o número de unidades que serão devolvidas ao banco. Com esta modificação na regra, o aluno poderá desfazer as trocas de placas por barras e de barras por cubos.
O uso do material dourado em sala de aula
Introdução:
O “Material Dourado” foi criado por Maria Montessori (1870-1952), primeira mulher na Itália a formar-se em medicina. Quando encarregada da educação de crianças com deficiências, verificou que elas aprendiam mais pela ação do que pelo pensamento, desenvolveu então um método e material apropriado de ensino. Sua experiência foi muito bem-sucedida e Montessori concluiu que método semelhante poderia ter êxito com crianças normais.
O Material Dourado Montessori destina-se a atividades que auxiliam o ensino e a aprendizagem do sistema de numeração decimal-posicional e dos métodos para efetuar as operações fundamentais (ou seja, os algoritmos).
No ensino tradicional, as crianças acabam "dominando" os algoritmos a partir de treinos cansativos, mas sem conseguirem compreender o que fazem. Com o Material Dourado a situação é outra: as relações numéricas abstratas passam a ter uma imagem concreta, facilitando a compreensão. Obtém-se, então, além da compreensão dos algoritmos, um notável desenvolvimento do raciocínio e um aprendizado bem mais agradável.
O Material Dourado faz parte de um conjunto de materiais idealizados pela médica e educadora italiana Maria Montessori.
O nome ”Material Dourado” era conhecido como “Material das Contas Douradas” pois inicialmente a sua forma eram contas douradas e que hoje temos como no desenho abaixo:
O material multibase, também conhecido como material dourado, pode ser usado para explorar a estrutura do sistema de numeração; os algoritmos associados às quatro operações básicas (adição, multiplicação, subtração e divisão) com ênfase no procedimento de agrupamento; conceitos geométricos (perímetro, área, volume, etc.); e vários princípios algébricos fundamentais.
Jogo - Ganhando um bloco
Para este jogo são necessários: material multibase (qualquer base) que constituirá o banco e um dado. Podem participar do jogo dois ou mais alunos.
Procedimento:
Em cada rodada os alunos lançam o dado e pegam do banco tantas unidades quanto indica o número na face superior do dado. Os jogadores fazem a troca: unidades por barras, barras por placas e placas por cubo.
Vence o primeiro que tenha conseguido um cubo.
Responda:
– Qual é o menor número de lances necessários para ganhar uma barra? E uma placa? E um cubo?
– Qual é o maior número de lances necessários para ganhar uma barra? E uma placa? E um cubo?
– É possível obter uma barra no primeiro lance do dado?
– Qual é a chance de obter pelo menos uma barra no primeiro lance do dado?
– É possível obter duas barras no primeiro lance do dado?
Alterações no jogo
1. Usando dois dados. Os alunos pegam do banco as unidades resultante da soma dos números que aparecem na face superior dos dados.
2. Usando três dados sendo dois de cores diferentes. Os dois dados de mesma cor indicam o número de unidades que serão retiradas do banco e o outro dado indica o número de unidades que serão devolvidas ao banco. Com esta modificação na regra, o aluno poderá desfazer as trocas de placas por barras e de barras por cubos.
Geometria com canudos
A geometria é, freqüentemente, ensinada no quadro negro ou através de Icosaedro montado com canudoslivros didáticos. Quando se trata de figuras planas esse método não representa grande dificuldade para o aprendizado da criança. Mas o mesmo não se pode dizer quando se deseja ensinar os elementos da geometria espacial. Portanto, neste material, sugiro a utilização de canudos de refrigerante na montagem de estruturas geométricas, como a mastrada na figura ao lado.
Pode-se ensinar geometria espacial por intermédio da montagem de sólidos, em que a criança recorta um desenho numa folha de cartolina e, através de dobraduras e colagem, monta um sólido geométrico. Porém, a atividade que é proposta aqui, além de possibilitar que a criança construa estruturas e "brinque" com a geometria espacial, torna possível a visualização de alguns elementos que na atividade com cartolina são menos notados. Estes elementos são as arestas e os vértices dos sólidos.
A estrutura mais simples para se montar é a do tetraedro (poliedro de quatro faces) que possui 6 arestas e 4 vértices. Na figura ao lado nota-se que cada aresta do tetraedro corresponde a um canudo. Portanto, para montá-lo será necessário dispor de 6 canudos de refrigerante.
Ligar um canudo ao outro pode parecer algo complicado a princípio, mas essa tarefa ficará mais fácil depois de algumas tentativas.
Para começar a construção da estrutura deve-se iniciar pela base (alicerce), que é um triângulo. Se o tetraedro é regular então o triângulo deverá ser equilátero. A construção da base começa passando-se o barbante por três canudos.
Depois de passar o barbante pelos canudos passa-se novamente pelo primeiro canudo da fileira. Desse jeito não será preciso dar um nó, ainda.
Concluída esta etapa temos a estrutura como mostrada na figura ao lado. Assim já podemos levantar o tetraedro, que também é uma pirâmide de base triangular.
Pegamos a ponta do barbante que acabamos de passar pelo canudo da base e passamos por dois outros canudos.
Em seguida passamos o barbante por mais um canudo da base. A ponta sairá na outra extremidade e poderemos passá-la pelo último canudo.
Assim como fizemos para fechar o triângulo da base, faremos para fechar o tetraedro. Ou seja, passaremos mais uma vez o barbante por dentro do canudo mostrado na figura ao lado. Para que a estrutura fique bem firme é interessante passar o barbante duas vezes pelo mesmo canudo.
Com isso as extremidades adjacentes dos canudos ficarão conectadas.Em vez de usar barbante para unir os canudos pode-se usar bolinhas de isopor ou massa de modelar.
Outro poliedro que pode ser montado é o cubo (hexaedro). Ele tem 6 faces e 12 arestas, necessitando, assim, de 12 canudos. Porém a estrutura não ficará estável, ou seja, ela não fica de pé facilmente. Sendo preciso fazer várias conexões entre os vértices opostos.
Já a pirâmide de base quadrada fica de pé, mas se manuseada ela pode deformar-se. Para construí-la serão necessários 8 canudos.
Pode-se ensinar geometria espacial por intermédio da montagem de sólidos, em que a criança recorta um desenho numa folha de cartolina e, através de dobraduras e colagem, monta um sólido geométrico. Porém, a atividade que é proposta aqui, além de possibilitar que a criança construa estruturas e "brinque" com a geometria espacial, torna possível a visualização de alguns elementos que na atividade com cartolina são menos notados. Estes elementos são as arestas e os vértices dos sólidos.
A estrutura mais simples para se montar é a do tetraedro (poliedro de quatro faces) que possui 6 arestas e 4 vértices. Na figura ao lado nota-se que cada aresta do tetraedro corresponde a um canudo. Portanto, para montá-lo será necessário dispor de 6 canudos de refrigerante.
Ligar um canudo ao outro pode parecer algo complicado a princípio, mas essa tarefa ficará mais fácil depois de algumas tentativas.
Para começar a construção da estrutura deve-se iniciar pela base (alicerce), que é um triângulo. Se o tetraedro é regular então o triângulo deverá ser equilátero. A construção da base começa passando-se o barbante por três canudos.
Depois de passar o barbante pelos canudos passa-se novamente pelo primeiro canudo da fileira. Desse jeito não será preciso dar um nó, ainda.
Concluída esta etapa temos a estrutura como mostrada na figura ao lado. Assim já podemos levantar o tetraedro, que também é uma pirâmide de base triangular.
Pegamos a ponta do barbante que acabamos de passar pelo canudo da base e passamos por dois outros canudos.
Em seguida passamos o barbante por mais um canudo da base. A ponta sairá na outra extremidade e poderemos passá-la pelo último canudo.
Assim como fizemos para fechar o triângulo da base, faremos para fechar o tetraedro. Ou seja, passaremos mais uma vez o barbante por dentro do canudo mostrado na figura ao lado. Para que a estrutura fique bem firme é interessante passar o barbante duas vezes pelo mesmo canudo.
Com isso as extremidades adjacentes dos canudos ficarão conectadas.Em vez de usar barbante para unir os canudos pode-se usar bolinhas de isopor ou massa de modelar.
Outro poliedro que pode ser montado é o cubo (hexaedro). Ele tem 6 faces e 12 arestas, necessitando, assim, de 12 canudos. Porém a estrutura não ficará estável, ou seja, ela não fica de pé facilmente. Sendo preciso fazer várias conexões entre os vértices opostos.
Já a pirâmide de base quadrada fica de pé, mas se manuseada ela pode deformar-se. Para construí-la serão necessários 8 canudos.
A Matemática do pega-varetas
Um jogo simples e divertido para ensinar o conceito de divisibilidade
Se algum pai desavisado entrasse de surpresa em uma aula de Matemática da 5a série, levaria um susto ao ver a turma brincando de pega-varetas. Na aula é usado o conceito de divisibilidade -- noção segundo a qual um número natural pode ser dividido por outro número natural não nulo, sendo a divisão do primeiro pelo segundo exata, isto é, com resto igual a zero. Para fazer os alunos descobrirem isso na prática, é dada uma pontuação às varetas. Ao final das jogadas os pontos de cada vareta eram multiplicados uns pelos outros. O resultado era decomposto pela divisão sucessiva por 2, por 3 e assim por diante, até alcançar números primos, que são aqueles divisíveis apenas por 1 e por eles mesmos.
Exemplos colhidos na sala de aula
- Você tirou três varetas azuis. Que outras poderiam substituí-las, de modo que o total de pontos continuasse o mesmo? E quais alterariam o resultado final?
Resposta: as três azuis somam 216 pontos (6 x 6 x 6 = 216). Para descobrir outras combinações que resultariam nesse número, é preciso fatorar (decompor) 216 em números primos. Você vai encontrar 23 x 33. Isso mostra que as varetas azuis poderiam ser trocadas por três amarelas e três vermelhas (2 x 2 x 2 x 3 x 3 x 3 = 216). As verdes e as pretas não teriam utilidade pois não há nenhum número que, multiplicado por 5 ou 30, resulte em 216.
É possível fazer 80 pontos numa jogada sem tirar nenhuma vareta verde?
Resposta: fatorando o número 80, conseguimos 24 x 5. Como a verde vale 5 e o número só é formado pelos números primos 2 e 5, seria impossível fazer 80 pontos sem tirá-la.
Em determinada jogada, você alcança 72 pontos tirando três varetas de cores diferentes. Que cores foram essas? Há possibilidade de haver mais de uma vareta com a mesma cor?
Resposta: o número 72 é formado pelos fatores 23 x 32. Portanto, por três varetas amarelas e duas vermelhas. Mas como você tirou três cores diferentes, vai ter de trocar varetas para conseguir a terceira cor. A solução é tirar uma amarela e uma vermelha e substituí-las por uma azul. No final, ficam duas amarelas, uma vermelha e uma azul (2 x 2 x 6 x 3 = 72).
O produto vale 180 pontos. Encontre pelo menos duas combinações possíveis que correspondam a esse mesmo número de pontos.
Resposta: várias possibilidades foram encontradas pelos alunos, sempre calcadas nos divisores de 180: uma preta e uma azul; duas amarelas, duas vermelhas e uma verde; ou, ainda, uma amarela, uma vermelha, uma azul e uma verde.
Regras do trabalho:
1. A pontuação das varetas é escolhida como quiser.
2. A classe é dividida em grupos de três ou quatro. Todas as equipes recebem um pega-varetas. Alunos e professor combinam quantas rodadas terão as partidas. Tirando no par ou ímpar, cada grupo escolhe quem vai começar.
3. O vencedor lança as varetas sobre uma mesa ou outra superfície plana. Depois, tenta pegá-las uma a uma do monte, sem fazer as outras se mexerem. Enquanto conseguir isso, continua a jogar. Se não, a partida é interrompida e os valores de cada vareta retirada são multiplicados uns pelos outros, obtendo-se o número de pontos daquela jogada.
A partir daí, o professor estimula o grupo a sugerir outras combinações que levariam ao mesmo produto.
O número de sugestões oferecidas pela equipe é anotado num papel. A partida recomeça com a criança da vez.
4. Vence o grupo que conseguir propor mais opções.
Se algum pai desavisado entrasse de surpresa em uma aula de Matemática da 5a série, levaria um susto ao ver a turma brincando de pega-varetas. Na aula é usado o conceito de divisibilidade -- noção segundo a qual um número natural pode ser dividido por outro número natural não nulo, sendo a divisão do primeiro pelo segundo exata, isto é, com resto igual a zero. Para fazer os alunos descobrirem isso na prática, é dada uma pontuação às varetas. Ao final das jogadas os pontos de cada vareta eram multiplicados uns pelos outros. O resultado era decomposto pela divisão sucessiva por 2, por 3 e assim por diante, até alcançar números primos, que são aqueles divisíveis apenas por 1 e por eles mesmos.
Exemplos colhidos na sala de aula
- Você tirou três varetas azuis. Que outras poderiam substituí-las, de modo que o total de pontos continuasse o mesmo? E quais alterariam o resultado final?
Resposta: as três azuis somam 216 pontos (6 x 6 x 6 = 216). Para descobrir outras combinações que resultariam nesse número, é preciso fatorar (decompor) 216 em números primos. Você vai encontrar 23 x 33. Isso mostra que as varetas azuis poderiam ser trocadas por três amarelas e três vermelhas (2 x 2 x 2 x 3 x 3 x 3 = 216). As verdes e as pretas não teriam utilidade pois não há nenhum número que, multiplicado por 5 ou 30, resulte em 216.
É possível fazer 80 pontos numa jogada sem tirar nenhuma vareta verde?
Resposta: fatorando o número 80, conseguimos 24 x 5. Como a verde vale 5 e o número só é formado pelos números primos 2 e 5, seria impossível fazer 80 pontos sem tirá-la.
Em determinada jogada, você alcança 72 pontos tirando três varetas de cores diferentes. Que cores foram essas? Há possibilidade de haver mais de uma vareta com a mesma cor?
Resposta: o número 72 é formado pelos fatores 23 x 32. Portanto, por três varetas amarelas e duas vermelhas. Mas como você tirou três cores diferentes, vai ter de trocar varetas para conseguir a terceira cor. A solução é tirar uma amarela e uma vermelha e substituí-las por uma azul. No final, ficam duas amarelas, uma vermelha e uma azul (2 x 2 x 6 x 3 = 72).
O produto vale 180 pontos. Encontre pelo menos duas combinações possíveis que correspondam a esse mesmo número de pontos.
Resposta: várias possibilidades foram encontradas pelos alunos, sempre calcadas nos divisores de 180: uma preta e uma azul; duas amarelas, duas vermelhas e uma verde; ou, ainda, uma amarela, uma vermelha, uma azul e uma verde.
Regras do trabalho:
1. A pontuação das varetas é escolhida como quiser.
2. A classe é dividida em grupos de três ou quatro. Todas as equipes recebem um pega-varetas. Alunos e professor combinam quantas rodadas terão as partidas. Tirando no par ou ímpar, cada grupo escolhe quem vai começar.
3. O vencedor lança as varetas sobre uma mesa ou outra superfície plana. Depois, tenta pegá-las uma a uma do monte, sem fazer as outras se mexerem. Enquanto conseguir isso, continua a jogar. Se não, a partida é interrompida e os valores de cada vareta retirada são multiplicados uns pelos outros, obtendo-se o número de pontos daquela jogada.
A partir daí, o professor estimula o grupo a sugerir outras combinações que levariam ao mesmo produto.
O número de sugestões oferecidas pela equipe é anotado num papel. A partida recomeça com a criança da vez.
4. Vence o grupo que conseguir propor mais opções.
domingo, 28 de fevereiro de 2010
Matemática e as Profissões
Confira as aplicações da Matemática em algumas das profissões mais tradicionais.
A Matemática faz parte de quase todas as profissões.
Profissão Aplicações
Administração - A administração requer muito planejamento, organização e controle. Portanto, é indispensável que o administador tenha habilidade em lidar com números. Muitas vezes ele deverá preparar orçamentos para projetos, planejar e controlar pesquisas, além de resolver situações que envolvam cálculos estatísticos. O trabalho do administrador está diretamente ligado com a exatidão dos números, e por isso ele precisa ter domínio da matemática para ser bem sucedido.
Agronomia - Cálculo dos componentes químicos destinados à fertilização e dimensionamento das áreas a serem cultivadas.
Arquitetura - A matemática é fundamental para que o arquiteto possa desenvolver o seu trabalho. O arquiteto trabalha na construção de casas, edifícios, reformas, restaurações e no planejamento de bairros e cidades. A arquitetura é uma união das áreas de exatas, humanas e arte, pois exige aptidões múltiplas, como o domínio de cálculos, desenhos intuitivos e história.
Cinema - Muitas animações que vemos no cinema utilizam a Matemática, através da computação gráfica. Desde o movimento dos personagens até o quadro de fundo podem ser criados por softwares que combinam pixels em formas geométricas, que são armazenadas e manipuladas. Os softwares codificam informações como posição, movimento, cor e textura de cada pixel. Para isso, utilizam vetores, matrizes e aproximações poligonais de superfícies para determinar a característica de cada pixel. Um simples quadro de um filme criado no computador tem mais de dois milhões de pixels, o que torna indispensável o uso de computadores para realizar todos os cálculos necessários.
Direito - O profissional do Direito utiliza a Matemática quando trabalha com causas que envolvam a realização de cálculos, como por exemplo bens, valores, partilhas e heranças.
Engenharia - A matemática é imprescindível à formação dos engenheiros, seja qual for o seu ramo (engenharia civil, engenharia elétrica etc). É usada na construção de edifícios, estradas, túneis, metrôs, ferrovias, barragens, portos, aeroportos, usinas, sistemas de telecomunicações, criação de dispositivos mecânicos, desenvolvimento de máquinas, entre outros.
Geologia - O geólogo utiliza diversos princípios da Matemática para escavar, conhecer e avaliar os segredos do solo e das pedras.
Jornalismo - A Matemática é útil aos jornalistas de economia e política, além daqueles que utilizam dados estatísticos em seus trabalhos.
Odontologia - O dentista utiliza a Matemática para calcular composições de amálgamas, posologias, doses de anestésicos e também para dimensionar próteses e aparelhos corretivos.
Psicologia - O psicólogo utiliza a Matemática para a análise de dados estatísticos e avaliação de testes.
A Matemática faz parte de quase todas as profissões.
Profissão Aplicações
Administração - A administração requer muito planejamento, organização e controle. Portanto, é indispensável que o administador tenha habilidade em lidar com números. Muitas vezes ele deverá preparar orçamentos para projetos, planejar e controlar pesquisas, além de resolver situações que envolvam cálculos estatísticos. O trabalho do administrador está diretamente ligado com a exatidão dos números, e por isso ele precisa ter domínio da matemática para ser bem sucedido.
Agronomia - Cálculo dos componentes químicos destinados à fertilização e dimensionamento das áreas a serem cultivadas.
Arquitetura - A matemática é fundamental para que o arquiteto possa desenvolver o seu trabalho. O arquiteto trabalha na construção de casas, edifícios, reformas, restaurações e no planejamento de bairros e cidades. A arquitetura é uma união das áreas de exatas, humanas e arte, pois exige aptidões múltiplas, como o domínio de cálculos, desenhos intuitivos e história.
Cinema - Muitas animações que vemos no cinema utilizam a Matemática, através da computação gráfica. Desde o movimento dos personagens até o quadro de fundo podem ser criados por softwares que combinam pixels em formas geométricas, que são armazenadas e manipuladas. Os softwares codificam informações como posição, movimento, cor e textura de cada pixel. Para isso, utilizam vetores, matrizes e aproximações poligonais de superfícies para determinar a característica de cada pixel. Um simples quadro de um filme criado no computador tem mais de dois milhões de pixels, o que torna indispensável o uso de computadores para realizar todos os cálculos necessários.
Direito - O profissional do Direito utiliza a Matemática quando trabalha com causas que envolvam a realização de cálculos, como por exemplo bens, valores, partilhas e heranças.
Engenharia - A matemática é imprescindível à formação dos engenheiros, seja qual for o seu ramo (engenharia civil, engenharia elétrica etc). É usada na construção de edifícios, estradas, túneis, metrôs, ferrovias, barragens, portos, aeroportos, usinas, sistemas de telecomunicações, criação de dispositivos mecânicos, desenvolvimento de máquinas, entre outros.
Geologia - O geólogo utiliza diversos princípios da Matemática para escavar, conhecer e avaliar os segredos do solo e das pedras.
Jornalismo - A Matemática é útil aos jornalistas de economia e política, além daqueles que utilizam dados estatísticos em seus trabalhos.
Odontologia - O dentista utiliza a Matemática para calcular composições de amálgamas, posologias, doses de anestésicos e também para dimensionar próteses e aparelhos corretivos.
Psicologia - O psicólogo utiliza a Matemática para a análise de dados estatísticos e avaliação de testes.
Teste seu cérebro
Foi descoberto que o nosso cérebro tem um Bug. Aqui vai um pequeno
exercício de cálculo mental ! Este cálculo deve fazer-se mentalmente e rapidamente, sem utilizar calculadora nem papel e caneta! Seja
honesto com você mesmo e faça os cálculos apenas mentalmente.
Você tem 1000, acrescenta-lhe 40. Acrescenta mais 1000. Acrescenta mais 30 e novamente 1000. Acrescenta 20. Acrescenta 1000 e ainda 10. Qual é o total ?
O teu resultado = 5000
A resposta certa e 4100 !!!!
Se não acreditar, verifique com a calculadora. O que acontece é que a sequência decimal confunde o nosso cérebro, que salta naturalmente para a mais alta decimal (centenas em vez de dezenas).
Agora comente ! Qual foi seu resultado ?
domingo, 1 de novembro de 2009
Criatividade com o Tangran
O Tangram é um quebra-cabeça geométrico constituído de peças: triângulos (de três tamanhos diferentes), quadrado e paralelogramo conforme a figura abaixo.
O objetivo é reproduzir uma forma dada a partir dessas peças, sem nenhum pré-requisito. É claro que o jogador deve ter dedicação, paciência e criatividade.
O Tangram pode ser confeccionado com os mais diversos materiais: madeira, cartolina, papel cartão, plástico, etc... Para quem tiver interesse, copie a figura acima, imprime, cole sobre uma cartolina e em seguida recorte as suas peças. Na figura abaixo, apresento algumas figuras que podem ser montadas com o Tangram.
Se você interessou mesmo por este quebra-cabeça que tal um estante na sua sala com os modelos do Tangram? Então veja as fotos abaixo e encomende um projeto em uma marcenaria.
O objetivo é reproduzir uma forma dada a partir dessas peças, sem nenhum pré-requisito. É claro que o jogador deve ter dedicação, paciência e criatividade.
O Tangram pode ser confeccionado com os mais diversos materiais: madeira, cartolina, papel cartão, plástico, etc... Para quem tiver interesse, copie a figura acima, imprime, cole sobre uma cartolina e em seguida recorte as suas peças. Na figura abaixo, apresento algumas figuras que podem ser montadas com o Tangram.
Se você interessou mesmo por este quebra-cabeça que tal um estante na sua sala com os modelos do Tangram? Então veja as fotos abaixo e encomende um projeto em uma marcenaria.
Para onde vai o Ensino da Matemática?
Recentemente li o desabafo de uma professora do ensino fundamental e médio revoltada com a atual situação do ensino.
"A cada ano que passa, observa-se o ingresso de alunos "analfabetos em Matemática", ou dementes se preferirem, ingressam nas universidades públicas. Nem cito as particulares, pois estas são verdadeiras fábricas de vender diplomas."
De quem é a culpa? dos professores? do governo? Da falta de interesse dos alunos? dos baixos salários dos professores? ou das atuais metodologias ridículas implementadas nos últimos anos?
Acredito que a principal causa é sem dúvida o desinteresse da maioria dos alunos, que sempre estão buscando um meio fácil de ter seus deveres de casa respondido por terceiros em comunidades de Matemática, que baixam diversos trabalhos disciplinas, sem alterar uma vírgula ou um ponto de lugar, surgindo desta forma, a geração "ctrl c, ctrl v" ou "copia e cola" e uma vez que a metodologia atual que apenas previlegia os alunos, impedindo que até os piores alunos sejam reprovados, dá um incentivo as suas pilantragens.
É a primeira vez que vejo o Governo Federal colocar na mídia propagandas convocando os jovens a serem professores, mas não desenvolve nenhum projeto visando a qualificação ou melhores remunerações para os professores.
Do jeito que a situação está, os erros absurdos presentes na imagem acima serão muito mais frequentes nas disciplinas de Geometria Analítica, Cálculo e Álgebra Linear
"A cada ano que passa, observa-se o ingresso de alunos "analfabetos em Matemática", ou dementes se preferirem, ingressam nas universidades públicas. Nem cito as particulares, pois estas são verdadeiras fábricas de vender diplomas."
De quem é a culpa? dos professores? do governo? Da falta de interesse dos alunos? dos baixos salários dos professores? ou das atuais metodologias ridículas implementadas nos últimos anos?
Acredito que a principal causa é sem dúvida o desinteresse da maioria dos alunos, que sempre estão buscando um meio fácil de ter seus deveres de casa respondido por terceiros em comunidades de Matemática, que baixam diversos trabalhos disciplinas, sem alterar uma vírgula ou um ponto de lugar, surgindo desta forma, a geração "ctrl c, ctrl v" ou "copia e cola" e uma vez que a metodologia atual que apenas previlegia os alunos, impedindo que até os piores alunos sejam reprovados, dá um incentivo as suas pilantragens.
É a primeira vez que vejo o Governo Federal colocar na mídia propagandas convocando os jovens a serem professores, mas não desenvolve nenhum projeto visando a qualificação ou melhores remunerações para os professores.
Do jeito que a situação está, os erros absurdos presentes na imagem acima serão muito mais frequentes nas disciplinas de Geometria Analítica, Cálculo e Álgebra Linear
Mistérios Sobre o Número 23
Confira, a seguir, uma listagem com mais de 30 tópicos:
• 23 é um número primo, assim como seus dois dígitos (2 e 3).
• Os seis primeiros dígitos de Pi (3,14159) somados resultam em 23;
• A primeira transmissão em código morse utilizou uma passagem bíblica: Números 23:23;
• A Marcha do Sal de Gandhi durou 23 dias.
• Os cavaleiros templários, desde a sua fundação até o seu fim, tiveram 23 Grandes Mestres;
• William Shakespeare nasceu no dia 23 de Abrail de 1564 e morreu em 23 de Abril de 1616;
• Julio Cesar foi apunhalado 23 vezes quando assassinado;
• De acordo com Flavius Josephus, hitoriador judeu, Adão e Eva tiveram 23 filhos;
• “Her Majesty”, tecnicamente a última música de um disco de os Beatles e também a mais curta, têm, exatamente, 23 segundos de duração;
• O hacker alemão, Karl Koch, inventor do “Trojan”, morreu no dia 23 de Maio;
• O maior livro da Bíblia é o 23° do Velho Testamento e seu salmo mais famoso e citado é o de número 23;
• A data apocalíptica Maia é 23 de Dezembro de 2012;
• W é a 23ª do alfabeto latino, têm duas ponta para baixo e três para cima. Em um teclado QWERTY, o W está logo abaixo e entre os números 2 e 3;
• O calendário Egípcio e Sumérico possuem o ano-novo no dia 23 de Julho;
• Taiwan é considerada pela China a 23ª província;
• As células somáticas dos humanos têm 23 pares de cromossomos;
• Um dia sideral possui 23 horas, 56 minutos de 4.091 segundos;
• Em “A Paixão de Cristo”, Jesus é açoitado 23 vezes antes de Satã ser visto na multidão;
• O eixo da Terra está inclinado em um ângulo de 23 graus;
• O sangue leva 23 segundos para percorrer o corpo humano por inteiro;
• O Titanic afundou na manhã do dia 15 de Abril de 1912 (1+5+4+1+9+1+2=23);
• 23 é a porta usada pelo protocolo TCP/IP;
• A eclíptica possui uma obliquidade em relação ao Equador Celeste de 23,5. (5=2+3);
• 11 de Setembro de 2001 (11+9+2+0+0+1=23);
• Hitler se matou em Abril de 1945 (4+1+9+4+5=23);
• 23! possui 23 dígitos em decimal;
• 23, 2/3 = 0,666 (número bíblico da Besta);
• O assassino Charles Manson nasceu no dia 12 de Novembro (11+12=23);
• O desastre de Chernobyl aconteceu no dia 26 de Abril de 1986 (1+9+8+6=23) às 01h23;
• O Equinócio de Outono no Hemisféiro Norte e o Equinócio de Primavera no Hsmifério Sul geralmente acontecem no dia 23 de Setembro;
• O número de prisão de Al Capone era 9095 (9+0+9+5=23)
• De acordo coma escala de Fahrenheit, a temperatura normal do corpo humano é de 98,6 (9+8+6=23);
• Há 23 axiomas na geometria de Euclides;
• 23º elemento da tabela periódica é o Vanadium, representado pela letra “V”, representação romana para o número 5 (2+3);
• Os EUA declararam guerra à Alemanha em 11 de Dezembro de 1945 (11+12=23)
• 23 é um número primo, assim como seus dois dígitos (2 e 3).
• Os seis primeiros dígitos de Pi (3,14159) somados resultam em 23;
• A primeira transmissão em código morse utilizou uma passagem bíblica: Números 23:23;
• A Marcha do Sal de Gandhi durou 23 dias.
• Os cavaleiros templários, desde a sua fundação até o seu fim, tiveram 23 Grandes Mestres;
• William Shakespeare nasceu no dia 23 de Abrail de 1564 e morreu em 23 de Abril de 1616;
• Julio Cesar foi apunhalado 23 vezes quando assassinado;
• De acordo com Flavius Josephus, hitoriador judeu, Adão e Eva tiveram 23 filhos;
• “Her Majesty”, tecnicamente a última música de um disco de os Beatles e também a mais curta, têm, exatamente, 23 segundos de duração;
• O hacker alemão, Karl Koch, inventor do “Trojan”, morreu no dia 23 de Maio;
• O maior livro da Bíblia é o 23° do Velho Testamento e seu salmo mais famoso e citado é o de número 23;
• A data apocalíptica Maia é 23 de Dezembro de 2012;
• W é a 23ª do alfabeto latino, têm duas ponta para baixo e três para cima. Em um teclado QWERTY, o W está logo abaixo e entre os números 2 e 3;
• O calendário Egípcio e Sumérico possuem o ano-novo no dia 23 de Julho;
• Taiwan é considerada pela China a 23ª província;
• As células somáticas dos humanos têm 23 pares de cromossomos;
• Um dia sideral possui 23 horas, 56 minutos de 4.091 segundos;
• Em “A Paixão de Cristo”, Jesus é açoitado 23 vezes antes de Satã ser visto na multidão;
• O eixo da Terra está inclinado em um ângulo de 23 graus;
• O sangue leva 23 segundos para percorrer o corpo humano por inteiro;
• O Titanic afundou na manhã do dia 15 de Abril de 1912 (1+5+4+1+9+1+2=23);
• 23 é a porta usada pelo protocolo TCP/IP;
• A eclíptica possui uma obliquidade em relação ao Equador Celeste de 23,5. (5=2+3);
• 11 de Setembro de 2001 (11+9+2+0+0+1=23);
• Hitler se matou em Abril de 1945 (4+1+9+4+5=23);
• 23! possui 23 dígitos em decimal;
• 23, 2/3 = 0,666 (número bíblico da Besta);
• O assassino Charles Manson nasceu no dia 12 de Novembro (11+12=23);
• O desastre de Chernobyl aconteceu no dia 26 de Abril de 1986 (1+9+8+6=23) às 01h23;
• O Equinócio de Outono no Hemisféiro Norte e o Equinócio de Primavera no Hsmifério Sul geralmente acontecem no dia 23 de Setembro;
• O número de prisão de Al Capone era 9095 (9+0+9+5=23)
• De acordo coma escala de Fahrenheit, a temperatura normal do corpo humano é de 98,6 (9+8+6=23);
• Há 23 axiomas na geometria de Euclides;
• 23º elemento da tabela periódica é o Vanadium, representado pela letra “V”, representação romana para o número 5 (2+3);
• Os EUA declararam guerra à Alemanha em 11 de Dezembro de 1945 (11+12=23)
sábado, 31 de outubro de 2009
CEARENSE É TRICAMPEÃO EM OLIMPÍADA DE MATEMÁTICA
Lula lança candidatura de cadeirante a símbolo da Olimpíada de Matemática
Medalhista tricampeão era levado à escola num carrinho de mão.
Ricardo, de 20 anos, só frequenta escola há três anos.
Durante a premiação dos 300 medalhistas de ouro da 4 ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), na Escola Naval, no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (15), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou mais uma candidatura no país: a do estudante Ricardo Oliveira da Silva, de 20 anos, como símbolo do evento.
Tricampeão na olimpíada, Ricardo, que sofre de amiotrofia espinhal e anda de cadeira de rodas, só começou a frequentar a escola formal há três anos. Ele foi o sexto colocado geral no concurso.
O estudante, que atualmente está no 9º ano, concorreu com os estudantes do nível 2 – para alunos da 7º e 8º anos do ensino fundamental. Ele foi um dos 300 ganhadores da medalha de ouro na olimpíada.
Nascido na cidade de Várzea Alegre, no interior do Ceará, Ricardo contou que, por falta de condições, recebia aulas em casa uma vez por semana. Antes de conseguir uma cadeira de rodas, ele era transportado para a escola pelo pai dentro de um carrinho de mão.
“Depois desta terceira medalha de ouro, vai acabar sendo convidado para fazer novela. E o título da novela vai ser “O gênio”. Tem muita gente que tem todas as condições para não reclamar da vida, mas vive reclamando, de má vontade.
Ricardo deveria ser o símbolo da Obmep”, disse o presidente, que foi aplaudido; e Ricardo, ovacionado pelo público.
E o presidente continuou: "Eu estava com um discurso aqui, Ricardo, para falar bem de você outra vez. Mas se eu ficar falando bem de você mais uma vez daqui a pouco você vai querer parar de estudar e ser candidato a vereador lá na sua terra. Não pode ter exemplo maior do que o Ricardo. Nenhum de nós pode se comparar às condições do companheiro Ricardo. E ele já melhorou muito".
Primeira medalha em 2006
Ricardo conta que tão logo começou a frequentar a escola descobriu sua vocação na matemática. E começou a se empenhar por conta própria nos estudos. Com o apoio dos professores, ele se inscreveu pela primeira vez na olimpíada em 2006. Ficou em 31º lugar. No ano seguinte, se empenhou menos e ficou em 81º lugar, levando para casa a segunda medalha de ouro da Obmep.
“Bem que ia gostar de ser o primeiro colocado no ano que vem, mas a concorrência é muito grande. Este ano, foram 18 milhões de inscritos. Meu sonho é participar de uma olimpíada mundial. Mas isso ainda é um sonho”, disse o rapaz que no momento só pensa em continuar estudando e ganhando conhecimento.
Na cerimônia, o presidente Lula incluiu alguns dos alunos homenageados em seu discurso e pediu à imprensa que colocasse “a cara desses meninos e meninas na televisão”.
“Sabe por quê? Porque o mundo é movido a maus e a bons exemplos”, disse Lula, arrancando aplausos da plateia.
Outros destaques
Além de Ricardo, Lula citou o exemplo de Maria Clara Mendes, estudante de uma escola pública da cidade de Pirajuba, em Minas Gerais, com pouco mais de três mil habitantes. A aluna recebeu três medalhas de ouro contrariando, segundo o presidente, a ideia de que as mulheres não se destacam quando o assunto é matemática.
“Mulher já está querendo até governar a cidade, o país”, brincou Lula, numa referência velada à ministra Dilma Rousseff. “Mulher está pegando cargo de chefia nas empresas, mulher está entrando na Marinha, na Aeronáutica, acabou o preconceito de que mulher tem alguma coisa inferior. As mulheres são iguais ou mais competentes do que os homens para fazer muita coisa”.
Lula também não economizou elogios ao estudante Gerson Tavares Câmara de Souza, filho de um operário e uma empregada doméstica que já ganhou quatro medalhas de ouro nas olimpíadas de matemática.
“O único brasileiro a ganhar quatro medalhas de ouro nesta que é a maior olimpíada de matemática do mundo”, frisou Lula. “Ninguém pense que o Gerson tetracampeão está levando a vida do meu amigo Ronaldão, que está ganhando dinheiro, não pense, não. O Gerson estudou em escola noturna porque de manhã fazia curso técnico de elétrica no nosso Senai. E à noite estágio numa empresa de automação industrial. A luta continua. Agora na USP Gerson sai de casa antes das 5h da madrugada e só volta depois das 22h”, disse o presidente.
Lula também comentou a decadência do ensino público nas últimas décadas e criticou a falta de acesso dos estudantes de baixa renda às universidades federais.
“Veja que absurdo nós vivemos no Brasil. Hoje, os jovens de escolas públicas que não podem pagar uma escola excepcional privada na hora que vão para a universidade eles não conseguem entrar nas universidades públicas”, disse o presidente. “E o empresário mais rico do Brasil como o filho dele teve uma escola de qualidade, com professores selecionados e até com reforço particular em casa, o filho dele entra numa universidade pública que deveria ser das crianças menos favorecidas. Então houve uma inversão de valores no Brasil”.
Além de receber a medalha de ouro das mãos do presidente, Ricardo também ganhou um laptop do Itaú Social, assim como os outros 33 campeões da olimpíada. A Obmep premiou 300 alunos com a medalha de ouro, 900 com a medalha de prata e 1.800 com a medalha de bronze.
Fonte: Portal de Noticias da Globo – G1.
Medalhista tricampeão era levado à escola num carrinho de mão.
Ricardo, de 20 anos, só frequenta escola há três anos.
Durante a premiação dos 300 medalhistas de ouro da 4 ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), na Escola Naval, no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (15), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou mais uma candidatura no país: a do estudante Ricardo Oliveira da Silva, de 20 anos, como símbolo do evento.
Tricampeão na olimpíada, Ricardo, que sofre de amiotrofia espinhal e anda de cadeira de rodas, só começou a frequentar a escola formal há três anos. Ele foi o sexto colocado geral no concurso.
O estudante, que atualmente está no 9º ano, concorreu com os estudantes do nível 2 – para alunos da 7º e 8º anos do ensino fundamental. Ele foi um dos 300 ganhadores da medalha de ouro na olimpíada.
Nascido na cidade de Várzea Alegre, no interior do Ceará, Ricardo contou que, por falta de condições, recebia aulas em casa uma vez por semana. Antes de conseguir uma cadeira de rodas, ele era transportado para a escola pelo pai dentro de um carrinho de mão.
“Depois desta terceira medalha de ouro, vai acabar sendo convidado para fazer novela. E o título da novela vai ser “O gênio”. Tem muita gente que tem todas as condições para não reclamar da vida, mas vive reclamando, de má vontade.
Ricardo deveria ser o símbolo da Obmep”, disse o presidente, que foi aplaudido; e Ricardo, ovacionado pelo público.
E o presidente continuou: "Eu estava com um discurso aqui, Ricardo, para falar bem de você outra vez. Mas se eu ficar falando bem de você mais uma vez daqui a pouco você vai querer parar de estudar e ser candidato a vereador lá na sua terra. Não pode ter exemplo maior do que o Ricardo. Nenhum de nós pode se comparar às condições do companheiro Ricardo. E ele já melhorou muito".
Primeira medalha em 2006
Ricardo conta que tão logo começou a frequentar a escola descobriu sua vocação na matemática. E começou a se empenhar por conta própria nos estudos. Com o apoio dos professores, ele se inscreveu pela primeira vez na olimpíada em 2006. Ficou em 31º lugar. No ano seguinte, se empenhou menos e ficou em 81º lugar, levando para casa a segunda medalha de ouro da Obmep.
“Bem que ia gostar de ser o primeiro colocado no ano que vem, mas a concorrência é muito grande. Este ano, foram 18 milhões de inscritos. Meu sonho é participar de uma olimpíada mundial. Mas isso ainda é um sonho”, disse o rapaz que no momento só pensa em continuar estudando e ganhando conhecimento.
Na cerimônia, o presidente Lula incluiu alguns dos alunos homenageados em seu discurso e pediu à imprensa que colocasse “a cara desses meninos e meninas na televisão”.
“Sabe por quê? Porque o mundo é movido a maus e a bons exemplos”, disse Lula, arrancando aplausos da plateia.
Outros destaques
Além de Ricardo, Lula citou o exemplo de Maria Clara Mendes, estudante de uma escola pública da cidade de Pirajuba, em Minas Gerais, com pouco mais de três mil habitantes. A aluna recebeu três medalhas de ouro contrariando, segundo o presidente, a ideia de que as mulheres não se destacam quando o assunto é matemática.
“Mulher já está querendo até governar a cidade, o país”, brincou Lula, numa referência velada à ministra Dilma Rousseff. “Mulher está pegando cargo de chefia nas empresas, mulher está entrando na Marinha, na Aeronáutica, acabou o preconceito de que mulher tem alguma coisa inferior. As mulheres são iguais ou mais competentes do que os homens para fazer muita coisa”.
Lula também não economizou elogios ao estudante Gerson Tavares Câmara de Souza, filho de um operário e uma empregada doméstica que já ganhou quatro medalhas de ouro nas olimpíadas de matemática.
“O único brasileiro a ganhar quatro medalhas de ouro nesta que é a maior olimpíada de matemática do mundo”, frisou Lula. “Ninguém pense que o Gerson tetracampeão está levando a vida do meu amigo Ronaldão, que está ganhando dinheiro, não pense, não. O Gerson estudou em escola noturna porque de manhã fazia curso técnico de elétrica no nosso Senai. E à noite estágio numa empresa de automação industrial. A luta continua. Agora na USP Gerson sai de casa antes das 5h da madrugada e só volta depois das 22h”, disse o presidente.
Lula também comentou a decadência do ensino público nas últimas décadas e criticou a falta de acesso dos estudantes de baixa renda às universidades federais.
“Veja que absurdo nós vivemos no Brasil. Hoje, os jovens de escolas públicas que não podem pagar uma escola excepcional privada na hora que vão para a universidade eles não conseguem entrar nas universidades públicas”, disse o presidente. “E o empresário mais rico do Brasil como o filho dele teve uma escola de qualidade, com professores selecionados e até com reforço particular em casa, o filho dele entra numa universidade pública que deveria ser das crianças menos favorecidas. Então houve uma inversão de valores no Brasil”.
Além de receber a medalha de ouro das mãos do presidente, Ricardo também ganhou um laptop do Itaú Social, assim como os outros 33 campeões da olimpíada. A Obmep premiou 300 alunos com a medalha de ouro, 900 com a medalha de prata e 1.800 com a medalha de bronze.
Fonte: Portal de Noticias da Globo – G1.
Bienal da Matemática 2010
A bienal de Matemática promovida pela SBM(Sociedade Braisileira de Matemática) é feita apenas em ano par. Ano que vem(2010) ela será realizada em João Pessoa-Paraíba na Universidade Federal da Paraíba.
Mais informações no site da SBM:
www.sbm.org.br
Mais informações no site da SBM:
www.sbm.org.br
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Poliedros estrelados
Hoje vou falar sobre poliedros estrelados.
No ensino tradicional não é comum utilizarmos poliedros estrelados, porém pode-se explorar muita matemática através deles.
Antes de qualquer coisa precisamos saber o que são os tais poliedros estrelados.
Pensem em poliedros tipo o dodecaedro ou o icosaedro, agora imaginem o prolongamento de cada uma dessas faces. Em cada encontro de vários desses planos prolongados teremos uma ponta da estrela.
Esse abaixo é o icosaedro estrelado feito com modulos sonobe, bem fácil.
E essa figura dá origem a infinitos origamis e kusudamas.
Em sala de aula, além da exploração dos poliedros estrelados em si mesmo podemos trabalhar relações de área, volume, ângulos poliédricos, entre outros.
Um Abraço
Patrícia
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
A Matemática do Origami
Dobraduras de papel inspiram pesquisadores a buscar fórmulas originais para resolver problemas da tecnologiaCarmen Kawano
O papel aceita tudo. Isso vale também no contexto do estudo da matemática do origami? O ditado, aplicado ao ato de escrever, parece ser verdade também quando o computador nos dá os passos de dobradura para chegarmos a uma determinada figura com um pedaço de papel.
Praticado por séculos como atividade lúdica e artística, só recentemente o origami passou a ser atração acadêmica como objeto de estudos científicos. "Os pesquisadores foram atraídos provavelmente porque o origami instigou seus talentos matemáticos e científicos", afirma o matemático Thomas Hull, do Merrimack College, de North Andover, nos Estados Unidos, e editor do "Imagiro", publicação bimensal sobre origami que tem entre seus autores os mais renomados estudiosos no assunto.
"Tudo começou como um hobby para alguns pesquisadores", continua Hull. Ele conta que começou a praticar origami aos oito anos de idade. Na pós-graduação, percebeu que poderia estudar a matemática dessa arte e encontrou vários trabalhos sobre o assunto.
De hobby, o origami passou então a ser objeto de estudos matemáticos dos acadêmicos. Eles perceberam que a dobradura poderia ser usada para descrever movimentos e processos na natureza e na ciência, como o batimento das asas de um pássaro ou a deformação da capota de metal de automóveis em colisões. Os estudiosos passaram, então, a desenvolver teoremas para descrever os padrões matemáticos que viam nas dobraduras.
Na matemática, o origami pode ser tratado pela topologia e pela geometria combinatória. Diferentemente da geometria, na topologia as figuras podem ser esticadas ou deformadas de seu estado original sem passarem a ser consideradas objetos diferentes, desde que não se faça nenhum buraco ou qualquer remendo nelas.
Os especialistas em origami trabalham na construção de algoritmos, que são seqüências de passos definidos na solução de um problema, como, por exemplo, o algoritmo da divisão. Para desenvolver esse trabalho, eles recorrem à geometria combinatória, que permite obter fórmulas computacionais para a construção, por meio de dobraduras, das formas complexas e sofisticadas de origami. Com essas técnicas, eles procuram também obter a melhor seqüência de dobradura e o aproveitamento máximo da folha de papel para uma determinada figura que pretendam construir. Ao que tudo indica, qualquer procedimento que o computador fornecer pode ser feito no papel manualmente.
O desafio está em fazer o caminho inverso matematicamente. A partir de um origami aberto, com as marcas das dobras, os matemáticos recaem em complicados problemas com polinômios para descobrir, sem dobrar, em que figura um certo padrão de dobradura resultará.
Desse modo, o origami tornou-se nas últimas duas décadas inspiração para a busca de soluções de sofisticados problemas matemáticos e tecnológicos. Os especialistas obtiveram bons resultados e esperam aplicar seus estudos, por exemplo, a projetos de painéis solares, microcircuitos e até telescópios, que, se pudessem ser dobrados, poderiam ser usados em dispositivos menores que os existentes hoje.
Para alguns, o ato de dobrar papel para obter formas conhecidas pode perder seu charme criativo e artístico. Mas os amantes do origami tradicional não precisam recorrer aos passos matemáticos de dobradura para dar a forma que querem a um simples pedaço de papel.
O papel aceita tudo. Isso vale também no contexto do estudo da matemática do origami? O ditado, aplicado ao ato de escrever, parece ser verdade também quando o computador nos dá os passos de dobradura para chegarmos a uma determinada figura com um pedaço de papel.
Praticado por séculos como atividade lúdica e artística, só recentemente o origami passou a ser atração acadêmica como objeto de estudos científicos. "Os pesquisadores foram atraídos provavelmente porque o origami instigou seus talentos matemáticos e científicos", afirma o matemático Thomas Hull, do Merrimack College, de North Andover, nos Estados Unidos, e editor do "Imagiro", publicação bimensal sobre origami que tem entre seus autores os mais renomados estudiosos no assunto.
"Tudo começou como um hobby para alguns pesquisadores", continua Hull. Ele conta que começou a praticar origami aos oito anos de idade. Na pós-graduação, percebeu que poderia estudar a matemática dessa arte e encontrou vários trabalhos sobre o assunto.
De hobby, o origami passou então a ser objeto de estudos matemáticos dos acadêmicos. Eles perceberam que a dobradura poderia ser usada para descrever movimentos e processos na natureza e na ciência, como o batimento das asas de um pássaro ou a deformação da capota de metal de automóveis em colisões. Os estudiosos passaram, então, a desenvolver teoremas para descrever os padrões matemáticos que viam nas dobraduras.
Na matemática, o origami pode ser tratado pela topologia e pela geometria combinatória. Diferentemente da geometria, na topologia as figuras podem ser esticadas ou deformadas de seu estado original sem passarem a ser consideradas objetos diferentes, desde que não se faça nenhum buraco ou qualquer remendo nelas.
Os especialistas em origami trabalham na construção de algoritmos, que são seqüências de passos definidos na solução de um problema, como, por exemplo, o algoritmo da divisão. Para desenvolver esse trabalho, eles recorrem à geometria combinatória, que permite obter fórmulas computacionais para a construção, por meio de dobraduras, das formas complexas e sofisticadas de origami. Com essas técnicas, eles procuram também obter a melhor seqüência de dobradura e o aproveitamento máximo da folha de papel para uma determinada figura que pretendam construir. Ao que tudo indica, qualquer procedimento que o computador fornecer pode ser feito no papel manualmente.
O desafio está em fazer o caminho inverso matematicamente. A partir de um origami aberto, com as marcas das dobras, os matemáticos recaem em complicados problemas com polinômios para descobrir, sem dobrar, em que figura um certo padrão de dobradura resultará.
Desse modo, o origami tornou-se nas últimas duas décadas inspiração para a busca de soluções de sofisticados problemas matemáticos e tecnológicos. Os especialistas obtiveram bons resultados e esperam aplicar seus estudos, por exemplo, a projetos de painéis solares, microcircuitos e até telescópios, que, se pudessem ser dobrados, poderiam ser usados em dispositivos menores que os existentes hoje.
Para alguns, o ato de dobrar papel para obter formas conhecidas pode perder seu charme criativo e artístico. Mas os amantes do origami tradicional não precisam recorrer aos passos matemáticos de dobradura para dar a forma que querem a um simples pedaço de papel.
Multiplano: Um avanço na matemática
Os primeiros passos para a construção desta ferramenta pedagógica denominada Multiplano, foram dados em abril de 2000. No decorrer dos anos se apresentou em forma de Projeto sendo aprimorado de acordo com as necessidades e expectativas de educandos e educadores.
A origem se dá quando o Professor Rubens Ferronato, autor deste instrumento, enfrentou sérias dificuldades ao ensinar conteúdos matemáticos a um aluno cego, considerando as mínimas condições em que a maioria das escolas se apresenta no que tange aos métodos e materiais didático-pedagógicos adaptados às necessidades do grupo dicente, impossibilitando assim, uma maior interação no processo ensino-aprendizagem e na vinculação deste com a vida do educando.
Nesta circunstância, o professor estabeleceu diferenciadas formas para que o aluno pudesse aprender os conteúdos de CDI*, os métodos convencionais não surtiam efeitos, diante da complexidade das interpretações gráficas propostas pela Disciplina. Sentindo-se desafiado, o professor Rubens prometeu ao aluno que encontraria uma forma de fazer com que ele aprendesse matemática. Foi assim que suas buscas começaram: consultas a especialistas na área da Educação Especial, bibliografias diversas, e outras fontes.
No entanto, foi numa loja de materiais de construção que visualizou a concretização de sua promessa. Com uma placa perfurada, alguns rebites e elásticos, o professor foi para sala de aula, e com grande expectativa apresentou o material improvisado ao aluno que após realizar alguns exercícios afirmou: “professor, o senhor não inventou um material para mim mas, para todos os cegos do mundo! Era isso que faltava para eu aprender Matemática!”
Entusiasmado com os resultados alcançados através de experiências com alunos cegos e não cegos, o professor fora lapidando e transformando aquelas peças simples e rústicas, no então atual e real MULTIPLANO que deixa de ser um projeto e se torna realidade - Um instrumento que possibilita, através do tato, a compreensão de conceitos matemáticos.
O MULTIPLANO está sendo utilizado por pessoas com Necessidades Educacionais Especiais, em específico, os deficientes visuais, e por alunos e professores de classes regulares e especializadas nas diversas modalidades de ensino de várias instituições do país. Este recurso possibilita ao estudante a compreensão da lógica existente nos conteúdos matemáticos e configura-se como elemento decisivo para o entendimento e proposições de alternativas na superação de problemas vivenciados nesta área.
Conteúdos aplicados: operações, tabuada, equações, proporção, regra de três, funções, matriz, determinantes, sistema linear, gráficos de funções, inequações, funções exponenciais e logarítmicas, trigonometria, geometria plana e espacial, Estatística, entre outros. Através do toque permite ao estudante, perceber o sentido das operações matemáticas, pelo fato da percepção ser decorrente também do tato. O contato com este material pedagógico possibilita o entendimento da construção de fórmulas matemáticas, porque o estudante passa para a construção lógica do problema a partir da experimentação concreta. Assim, o aluno compreende o processo lógico que levou ao resultado e como se processa na prática.
O MULTIPLANO se tornou uma alternativa encontrada para efetivação do sonho de uma sociedade com oportunidades iguais para todos, sem preconceitos, discriminações, amenizando possíveis injustiças sociais.
*CDI- Cálculo Diferencial e Integral - Disciplina componente ao Currículo da Educação Superior
*DVs- Deficientes Visuais
A origem se dá quando o Professor Rubens Ferronato, autor deste instrumento, enfrentou sérias dificuldades ao ensinar conteúdos matemáticos a um aluno cego, considerando as mínimas condições em que a maioria das escolas se apresenta no que tange aos métodos e materiais didático-pedagógicos adaptados às necessidades do grupo dicente, impossibilitando assim, uma maior interação no processo ensino-aprendizagem e na vinculação deste com a vida do educando.
Nesta circunstância, o professor estabeleceu diferenciadas formas para que o aluno pudesse aprender os conteúdos de CDI*, os métodos convencionais não surtiam efeitos, diante da complexidade das interpretações gráficas propostas pela Disciplina. Sentindo-se desafiado, o professor Rubens prometeu ao aluno que encontraria uma forma de fazer com que ele aprendesse matemática. Foi assim que suas buscas começaram: consultas a especialistas na área da Educação Especial, bibliografias diversas, e outras fontes.
No entanto, foi numa loja de materiais de construção que visualizou a concretização de sua promessa. Com uma placa perfurada, alguns rebites e elásticos, o professor foi para sala de aula, e com grande expectativa apresentou o material improvisado ao aluno que após realizar alguns exercícios afirmou: “professor, o senhor não inventou um material para mim mas, para todos os cegos do mundo! Era isso que faltava para eu aprender Matemática!”
Entusiasmado com os resultados alcançados através de experiências com alunos cegos e não cegos, o professor fora lapidando e transformando aquelas peças simples e rústicas, no então atual e real MULTIPLANO que deixa de ser um projeto e se torna realidade - Um instrumento que possibilita, através do tato, a compreensão de conceitos matemáticos.
O MULTIPLANO está sendo utilizado por pessoas com Necessidades Educacionais Especiais, em específico, os deficientes visuais, e por alunos e professores de classes regulares e especializadas nas diversas modalidades de ensino de várias instituições do país. Este recurso possibilita ao estudante a compreensão da lógica existente nos conteúdos matemáticos e configura-se como elemento decisivo para o entendimento e proposições de alternativas na superação de problemas vivenciados nesta área.
Conteúdos aplicados: operações, tabuada, equações, proporção, regra de três, funções, matriz, determinantes, sistema linear, gráficos de funções, inequações, funções exponenciais e logarítmicas, trigonometria, geometria plana e espacial, Estatística, entre outros. Através do toque permite ao estudante, perceber o sentido das operações matemáticas, pelo fato da percepção ser decorrente também do tato. O contato com este material pedagógico possibilita o entendimento da construção de fórmulas matemáticas, porque o estudante passa para a construção lógica do problema a partir da experimentação concreta. Assim, o aluno compreende o processo lógico que levou ao resultado e como se processa na prática.
O MULTIPLANO se tornou uma alternativa encontrada para efetivação do sonho de uma sociedade com oportunidades iguais para todos, sem preconceitos, discriminações, amenizando possíveis injustiças sociais.
*CDI- Cálculo Diferencial e Integral - Disciplina componente ao Currículo da Educação Superior
*DVs- Deficientes Visuais
Multiplano - Invento facilita o estudo de Matemática pelos deficientes visuais
A matemática não é mais algo inacessível para os cegos. A invenção do Multiplano, instrumento que deve ganhar o título de primeiro multiplicador no Ceará e no Nordeste, permite que os portadores de deficiência visual aprendam de gráficos à geometria espacial e cálculos avançados. O benefício representa melhoria não só no aprendizado, mas na perspectiva de vida de pessoas que nunca viram um número ou uma figura geométrica.
O invento foi batizado, em 2000, de Geoplano, mas logo se adaptou para estudos de terceira dimensão e passou a se chamar Multiplano. A idéia surgiu em Cascavel, no Paraná, e chegou ao Ceará em dezembro de 2001, com um curso. No Paraná, duas universidades aceitam que deficientes visuais usem o instrumento na prova de matemática do vestibular.
Segundo o inventor e professor do curso de ciências da computação da União Pan-Americana de Ensino (Unipan), Rubens Ferronato, a iniciativa surgiu, em menos de dois dias, para ajudar um aluno cego em dificuldade no curso.
O instrumento é feito de uma placa de qualquer material ou tamanho, com furos na mesma distância e linhas e colunas de forma perpendicular que caracterizam um plano cartesiano. Nas pequenas aberturas são colocados os pinos e, entre estes, os elásticos que formam retas.
São usados também arames para fazer parábolas e localizar os segmentos. O instrumento em terceira dimensão permite ainda que a pessoa determine a localização espacial de figuras.
De acordo com o professor, tateando é possível aprender e construir, com o Multiplano, gráficos, geometria plana e espacial, matriz, determinante, sistema linear, equações, estatísticas, operações, cálculos avançados, limites de uma função, derivadas. “Até agora todas as perguntas foram respondidas”, comemora.
Na opinião do diretor da Sociedade de Assistência aos Cegos, Waldo Pessoa, essa é “a maior invenção que já houve desde o braile, que é usado como base”. Para ele, o que mais impressiona é que portadores e não portadores de deficiência visual podem interagir. “É um auxílio também para quem tem dificuldade de aprender matemática, independente de ser cego”.
Aprendizado gera multiplicadores
O estudante de computação e auxiliar administrativo Ivã José de Pádua não só motivou a invenção do Multiplano como é o primeiro multiplicador da idéia. A intenção é que, através de cursos, a metodologia chegue aos cegos e estes se tornem multiplicadores do sistema. O primeiro facilitador do Nordeste está sendo formado e é do Ceará.
“Já cheguei a ensinar pessoas que enxergam e a cegos também”, diz Ivã. Ele conta que não tinha noção de interpretação matemática, apenas calculava, e bem. “Ele era a calculadora da sala de aula, mas na hora de interpretar era excluído”, relembra o professor Rubens Ferronato.
Os planos de Ivã incluem se aperfeiçoar na computação e disseminar a idéia para outros portadores de deficiência visual. “Se isso não tivesse acontecido eu ia parar, me desestimular. Hoje minha auto-estima é outra”.
O próximo a passar por esse processo é o estudante de pré-vestibular Celso André Nóbrega da Costa. Depois de fazer o curso em dezembro do ano passado, ele está estudando para ser o primeiro multiplicador no Nordeste.
“A matemática era totalmente restrita pra gente. Eu nem imaginava que um dia ia estudar pirâmide. Já tinha estudado cubos em sólidos, mas em 3D (tridimensional) é outra coisa. A noção é real”, ressalta.
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