sábado, 23 de maio de 2009

Uma Sala diferente...

Atualmente, podemos observar que o avanço tecnológico toma conta de nossa vida, renovando-se diariamente.
Assim, o conhecimento inovador deve ser integrado aos conhecimentos já adquiridos e transmitido de forma clara e coerente, obtendo sucesso em sala de aula.
Desde o início da humanidade, a matemática é conhecida pelos homens, que a usavam em uma
série de atividades, estabelecendo relações em seu meio, porém sem reflexões científicas.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, o “homem para exercer cidadania deve
saber calcular, medir, argumentar, raciocinar e tratar informações estatisticamente”.
Partindo desse pressuposto, podemos dizer que, para obter êxito no processo ensino-aprendizagem, a criança deve realizar experiências concretas, vivenciando dinamicamente os conteúdos que lhe forem propostos, respondendo positivamente ao mundo que a rodeia, através de conceitos construídos e interiorizados, manipulando uma série de materiais concretos, que servirão como auxiliares no desenvolvimento de seu raciocínio.
A falta de materiais específicos e de um local apropriado, onde a criança possa trabalhar os conceitos matemáticos, tem dificultado o trabalho com a disciplina, colaborando para os altos índices de não aprendizagem, pois os alunos não conseguem assimilar as situações-problema por não terem a oportunidade de vivenciar tais situações.
Para acompanhar a evolução tecnológica que a cada dia se expande, é importante que nós educadores mudemos nossa maneira de ensinar a matemática, que é vista pela maioria das crianças, jovens e adultos como um “terror”, a “coisa mais difícil de aprender”.
Por que tantas pessoas têm em mente tais “conceitos negativos” sobre a matemática? Uma resposta simples e objetiva é que nunca a aprenderam corretamente e nem sabem qual é o seu papel social, visto que na escola são obrigadas a saber fórmulas, teorias e cálculos gigantes, em geral de forma mecânica, sem saber o porquê de tudo isso.
Tal visão pode ser modificada com a proposta de um trabalho criativo, que investigue, crie novas
fórmulas, analise os problemas político-sociais da atualidade e esteja sempre verificando o que se passa no comércio, indústria, jornais, etc.
O fracasso matemático nas escolas vem acompanhado de vários elementos relacionados à
metodologia, conteúdo e ao próprio professor.
Existe maior habilidade por parte dos alunos para resolver os exercícios mecanicamente do que
para saber explicá-los. Não sabem por que chegaram a tal resultado ou porque determinado problema é resolvido de determinada maneira, desvalorizando, dessa forma, o cálculo mental, não abordando os conceitos adquiridos na vida diária.
Cabe ao professor conscientizar-se de que a prioridade é a aprendizagem verdadeira do aluno e não apenas a simples transmissão do conteúdo, como tem ocorrido na maioria das escolas. Então, o professor é quem, em primeiro lugar, deve partir para a mudança, renovando seus conceitos, modificando sua concepção matemática, tendo a ampla visão de que é o aluno o centro do processo e quem deve ser visto como um ser ativo na construção do conhecimento.
A matemática tem por objetivo desenvolver o espírito criativo, o raciocínio lógico e o pensar
matematicamente, construindo variados significados de números naturais, a partir das diferentes formas de utilizá-los, no cotidiano do aluno.
É importante que as situações-problema sejam construídas e resolvidas a partir delas próprias,
buscando-se reconhecer que muitas vezes a mesma operação relaciona-se a problemas diferentes, sendo que um único problema pode ser resolvido com várias operações.
Um dos maiores desafios educacionais na atualidade é que ocorra uma mudança no perfil do
professor, o qual traz todo o conhecimento pronto e acabado para a sala de aula, sem permitir que seu aluno raciocine, mas apenas memorize, copie e reproduza o que lhe foi ensinado.
O conhecimento fora da sala de aula, o qual nossos alunos já trazem de seus lares, deve ser explorado e valorizado servindo como ponto de partida para a aquisição de novos conhecimentos.
A matemática pode ser aprendida por qualquer criança, desde que esta possa criar e expor seus pensamentos, tendo o professor que dar tal oportunidade criando um ambiente de manipulação, investigação e formação de hipóteses a fim de que o aluno seja o construtor de seus próprios conceitos. Ele apenas será um auxiliador.
Surge, então, a necessidade de a escola criar um local onde possa ser trabalhada e ensinada a
matemática: o laboratório matemático.
O laboratório matemático é caracterizado por atividades experimentais, realizadas pelo aluno e
pelo professor, com o intuito de construir conceitos, levando questões a serem discutidas, relacionando conteúdos escolares com atividades vivenciadas no cotidiano, onde o aluno desenvolve sua própria linguagem relacionada a sua compreensão, interpretando e realmente apreendendo a realidade matemática.
O espaço do laboratório deve ser marcado por um ambiente cooperativo e estimulante para o
desenvolvimento do aluno e para que se promova a interação entre os diversos significados que serão apreendidos.
Para que isso ocorra, deve-se contar com alguns instrumentos de trabalho para a realização de
atividades diferenciadas como jogos, desafios, diferenciados materiais concretos, etc.
A partir do momento em que houver conscientização dos professores sobre a importância do
trabalho matemático junto ao laboratório, saberemos que além de dinâmicas as aulas de matemática serão muito mais atrativas e o objetivo da aprendizagem será conquistado: as crianças não apenas memorizarão os conteúdos e sim apreenderão, sabendo o porquê da matemática. Dessa forma, melhorará ainda mais a qualidade do ensino nas escolas.
Profª Patrícia Fabiano

Um comentário:

  1. Excelente artigo pois trata da realidade da matemática. Realmente é necessário que haja mudanças pois do jeito que está não pode continuar.
    Professora Deusilene Melo Goias

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